A oposição na Assembleia Legislativa quer ter acesso ao estudo de viabilidade econômica da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a Arena Pernambuco, entregue ao governador Paulo Câmara (PSB) na última semana de 2015. Ontem, o deputado Edilson Silva (PSOL) entrou com um pedido de informações pedindo a íntegra do relatório da fundação, que avaliou o atual modelo de gestão do empreendimento e sugeriu a revisão ou o rompimento do contrato com o parceiro privado porque ele não conseguiu atingir a expectativa de receita que balizou a sua celebração.
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“O primeiro estudo elaborou oito possíveis cenários econômicos para o empreendimento. Sete deles foram descartados porque eram cenários em que a Arena não se viabilizava economicamente. O que sobrou exigia jogos do Sport, Santa Cruz e Náutico, com uma média de público entre 22 a 30 mil pagantes, com pacotes premium, camarotes, consumo, estacionamento. Era um cenário irrealizável”, diz Edilson. “Quero comparar o estudo da FGV com aquele primeiro. Se isso foi confirmado, é mais um elemento para caracterizar dolo na assinatura desse contrato”, adianta o deputado.
Desde o final do ano passado, o material da FGV está sob análise da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). O governador prometeu se debruçar sobre o documento ao longo do mês de janeiro. Segundo o Palácio do Campo das Princesas, abastecido pelas informações do relatório, Paulo Câmara vai decidir que solução o Estado pretende dar ao empreendimento. O rito original do governo não previa uma divulgação pública do estudo.
Segundo o deputado Waldemar Borges (PSB), líder do governo na Assembleia, porém, não há nenhum problema em se entregar o material a Edilson. “É um documento público. No governo, não há problema de publicizar informação”, garante. Após receber o pedido da Alepe, o Executivo tem 30 dias para apresentar uma resposta, segundo a Lei de Acesso à Informação.
Quando o contrato da Arena Pernambuco foi assinado, o Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado (CGPE) era presidido pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e Paulo Câmara era o vice-presidente do colegiado. No ano passado, o órgão foi alvo da Operação Fair Play, da Polícia Federal, que investiga um possível faturamento de R$ 70 milhões na construção do estádio.