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Em meio à briga política por paternidade, Via Mangue é inaugurada nesta quinta

Com a presença da presidente Dilma Rousseff, Geraldo Julio (PSB) e João Paulo (PT) dividirão o palanque de obra que será vitrine na disputa eleitoral

Mariana Araújo e Paulo Veras
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Mariana Araújo e Paulo Veras
Publicado em 21/01/2016 às 6:30
Foto: Luciano Ferreira/PCR
Com a presença da presidente Dilma Rousseff, Geraldo Julio (PSB) e João Paulo (PT) dividirão o palanque de obra que será vitrine na disputa eleitoral - FOTO: Foto: Luciano Ferreira/PCR
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Quinze anos após idealizada, a Via Mangue terá a sua última etapa entregue nesta quinta-feira (21), com a presença da presidente Dilma Rousseff (PT), em meio a uma disputa aberta entre petistas e socialistas pela paternidade da intervenção que promete beneficiar 1,5 milhão de pessoas. Orçada em mais R$ 430 milhões, a intervenção teve 76,8% do seu valor financiado por meio de um empréstimo da Caixa Econômica Federal, que será pago pelo município. A prefeitura investiu 18,8% do custo total e a União aplicou 4,4% do que foi investido.

De olho na reeleição, o prefeito Geraldo Julio (PSB) esteve duas vezes na Via Mangue na última semana, para uma vistoria no dia 15 e para um café da manhã com operários no dia 19. As visitas foram devidamente registradas em vídeo para servir de vitrine da gestão socialista. Inicialmente, o tráfego na pista leste seria aberto no último domingo (17), mas a liberação foi adiada para hoje a pedido do Palácio do Planalto.

Até a última segunda (18), porém, os ex-prefeitos Roberto Magalhães (DEM), João Paulo (PT) e João da Costa (PT), que deram início à obra, não haviam sido convidados para o evento. Após a falta de convite ter sido revelada pelo JC, o secretário de Governo, Sileno Guedes (PSB), ligou para os antecessores e perguntou se eles gostariam de ter o nome incluído na lista dos presentes.

Cotado para disputar a prefeitura contra Geraldo Julio, João Paulo já havia confirmado a presença, após ter sido chamado pelo Ministério da Casa Civil por presidir a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). O pré-candidato petista divulgou uma nota em sua página no Facebook lembrando que as obras foram iniciadas em sua gestão e concluídas pelos sucessores.

As vésperas da inauguração, o Ministério das Cidades também divulgou um texto anunciando que a liberação do trajeto seria feita pelo governo federal, sem fazer menção à Prefeitura do Recife. O comunicado também listava outros investimentos da pasta em Pernambuco e no Recife.

“Quis o destino que o prefeito Geraldo Júlio tivesse a oportunidade de entregar esse traçado urbano pensado há anos atrás. Não estamos buscando esse título, a Via Mangue pertence à cidade”, afirmou Sileno Guedes, que também é presidente do PSB-PE. "Geraldo entrará para a história como alguém que entregou uma obra importantes, como é hoje a Caxangá e a Abdias de Carvalho", afirmou o socialista.

“Geraldo vai reivindicar na campanha a parte que lhe cabe na Via Mangue, nós também iremos mostrar o que fizemos”, afirmou Bruno Ribeiro, presidente do PT-PE. “Não será amanhã que se falará de campanha, mas durante a campanha”, acrescentou, adiantando que desde agora vai solicitar que Dilma volte ao Recife no período eleitoral.

Cerca de 400 convidados, entre nomes do governo federal, da prefeitura do Recife e do governo do Estado são aguardados na inauguração. Roberto Magalhães não irá e João da Costa ainda não confirmou presença. Além de Geraldo Julio e Dilma, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD) e o governador Paulo Câmara (PSB) devem discursar. Já os ex-prefeitos não devem ter falas.

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