É comum que haja um pacto informal de não-agressão entre candidatos da oposição quando a meta é enfrentar um adversário competitivo e favorito como o prefeito Geraldo Julio (PSB). Mas, diante de candidaturas de correntes políticas diversas, a disputa eleitoral no Recife pode ter embates os próprios oposicionistas.
“A minha oposição não pode jamais ser confundida com a oposição de Daniel ou de Priscila. O que o PT faria de diferente do que Geraldo Julio está fazendo? Não vou trocar figurinha com A ou B. Nunca trabalhei e não vou trabalhar em uma lógica de construção de condomínio de poder”, avisou o deputado estadual Edilson Silva (Psol).
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O parlamentar reconhece que em determinados momentos da campanha pode haver a aproximação entre as candidaturas, incluindo a dele, mas reforça que isso não inibirá sua atuação. “Vou para a eleição defender um programa. Temos uma visão com relação ao Cais José Estelita. Qual a posição dos demais partidos sobre o tema? ”, questionou.
O deputado federal Daniel Coelho (PSDB) declarou que as interações vão se dar naturalmente. “Não é algo combinado. Se você coloca que é algo combinado, dá a impressão de candidatura laranja”, advertiu.
De acordo com o tucano, caberá ao eleitor migrar de um candidato da oposição para outro apesar das diferenças partidárias. “A gente não vai fazer um pacto com o PT na eleição, mas em 2012, eu não tinha nenhum acordo com Humberto Costa (PT) e escutava pessoas dizendo que votaram nele e votariam em mim (se houvesse segundo turno)”, garantiu.
A deputada estadual Priscila Krause (DEM) diz que mais importante do que um possível pacto de não-agressão é a qualidade das discussões. “Com uma eleição em que sejam discutidas as questões programáticas e as ideias você não elimina relações futuras”, declarou.
O analista político Maurício Romão crava algumas parcerias no primeiro turno. “Como costuma acontecer, não haverá agressão com os candidatos que têm o mesmo campo político. Eles vão se preservar e centrar baterias em outros alvos”, ressaltou.