CRISE POLÍTICA

Recifense sem confiança no vice-presidente Michel Temer, aponta pesquisa IPMN

Levantamento mostra que 85,5% dos que já ouviram falar nele não confiam no vice

Da editoria de Política
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Publicado em 11/04/2016 às 6:26
Foto: Arquivo /Agência Brasil
Levantamento mostra que 85,5% dos que já ouviram falar nele não confiam no vice - FOTO: Foto: Arquivo /Agência Brasil
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Mesmo com a elevada rejeição ao governo Dilma Roussef, a "saída Temer" não é vista com bons olhos por 64,6% dos recifenses. Levantamento elaborado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), publicado pelo JC, aponta que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) não conseguiu capitalizar a simpatia do eleitorado insatisfeito com a gestão federal.

Do percentual de entrevistados que afirmam já ter "ouvido falar do vice-presidente", a larga maioria (85,5%) disse que não confia nele. Se por um lado 59,9% das pessoas são favoráveis ao afastamento de Dilma, somente 4,2% acreditam que as coisas no Brasil vão melhorar com a entrada do vice.

Entre as variáveis que pode-se atribuir à rejeição de Temer estão o fato dele nunca ter disputado eleições nacionais como candidato principal, além do baixo carisma e dos conflitos com a presidente Dilma - fartamente explorados por aliados e opositores. O coordenador da pesquisa, o cientista político Adriano Oliveira (UFPE), explica que Dilma e o PT ainda conservam expressiva rede de apoio.

Outro dado levantado na análise é que, ao mesmo tempo que a rejeição ao ex-presidente Lula (PT) aumenta, ele continua sendo o nome mais lembrado no Recife em eventual disputa presidencial. Ele abocanharia 25,1% dos votos numa disputa. A ex-candidata à Presidência Marina Silva (Rede) aparece em segundo, num cenário estimulado, com 21,6%.

"Lula já chegou a ter no Recife 70% dos votos e o que vemos, nesse momento, é a queda estrondosa dele. Porém, mesmo com o desgate, ele continua sendo uma grande liderança. Há a possibilidade de novas eleições, ele continua a liderar e, certamente, será candidato competitivo", explica Adriano Oliveira.

O crescimento e o declínio dos partidos também foram detectados pela pesquisa. Apesar de o PT enfrentar a fase mais adversa da sua biografia, a sigla ainda é a mais admirada pelos recifenses, com 14,9%. A taxa dos que rejeitam partidos políticos (46,6%) é maior que a soma de todas as legendas citadas (33,5%).

O instituto ouviu 624 pessoas nos dias 4 e 5 de abril. As entrevistaram foram realizadas no Recife. A margem de erro é de quatro pontos para mais ou para menos. Do total de entrevistados, 55,3% são mulheres e 48,9% têm ensino médio completo ou superior incompleto.

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