Uma reunião para debater o uso do aplicativo Uber e as ocorrências de agressão verbal, colisão de carros e perseguição a motoristas do serviço promete levantar polêmica nesta quarta-feira (4) na Câmara do Recife. A Associação de Profissionais de Táxi do Recife vai realizar pelo menos duas carreatas, saindo da Macaxeira e de Boa Viagem, em direção à Câmara antes da solenidade, marcada para as 15h. Um terceiro grupo de taxistas pode sair das imediações do Terminal Integrado da Caxangá.
Nessa terça (3), o aviso do debate, convocado por Luiz Eustáquio (PSB), causou comoção entre os vereadores. Por questão de segurança, Carlos Gueiros (PSB) defendeu que a reunião não fosse realizada. “Se existem conflitos, isso é uma questão de polícia. Se todas as vezes que isso ocorrer nós fomos debater, vamos acabar ficando desmoralizados. A única coisa que precisa acontecer é o pessoal que trabalha com o Uber obedecer a Lei”, afirmou.
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Em outubro do ano passado, a Câmara aprovou a Lei 18.176, que regulamenta o uso de aplicativo para a contratação de transporte de passageiros no Recife. O texto veda a oferta desse tipo de serviço para motoristas que não atendam as exigências da legislação que trata do uso de táxis. Mas não cita expressamente o Uber, que passou a operar na cidade no início de março. Os taxistas dizem que o uso do aplicativo é irregular. Para a Uber, a Lei do Recife só se aplicaria aos táxis, e não aos seus parceiros.
Após o debate, os vereadores decidiram manter a reunião. Presidente da Câmara, o vereador Vicente André Gomes (PSB) anunciou que vai pedir reforço à guarda municipal. “Se tiver algum problema aqui, a gente vai responder da mesma maneira”, anunciou.
“Se aqui tem algum vereador querendo apoiar esse sistema, a gente vai mostrar a força da categoria”, prometeu Sandro Cavalcanti, presidente da Associação dos Profissionais de Táxi, que organiza as carreatas.
Para o presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco (SindTáxi-PE), Everaldo Menezes, basta que o Uber seja proibido para acabar com a polêmica. “Nós orientamos os taxistas a evitar provocações, mas é difícil. A renda do taxista caiu bastante e as pessoas estão sentindo na pele”, disse.