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De olho em 2018, Armando Monteiro promete voltar a percorrer Pernambuco

Como ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Armando fez mais de 30 viagens internacionais, mas se dedicou pouco à política local

Paulo Veras e Edson Mota
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Paulo Veras e Edson Mota
Publicado em 08/05/2016 às 8:00
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Como ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Armando fez mais de 30 viagens internacionais, mas se dedicou pouco à política local - FOTO: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Quando perdeu as eleições de 2014 para o governador Paulo Câmara (PSB), o senador Armando Monteiro Neto (PTB) prometeu liderar a oposição em Pernambuco. Como ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, o petebista se dedicou pouco à política local. Um ano e meio depois, levado de volta ao Senado pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Armando finalmente promete percorrer o Estado, animando aliados que já falam em uma possível candidatura ao governo em 2018.

“Vou voltar a percorrer todas as regiões de Pernambuco. E quero estar muito presente junto aos companheiros que vão disputar as eleições municipais”, diz Armando, que volta ao Senado nesta segunda-feira (8). O PTB tem 71 pré-candidatos a prefeito. Com partidos sob influência do senador, como o PRB e o PTN, a conta chega a 80. Ainda é menos da metade dos municípios.

Do ministério, Armando vinha dando aval às movimentações, mas sem mergulhar no dia a dia das candidaturas, contam aliados. Enquanto coordenava a agenda de exportações do Brasil em mais de 30 viagens internacionais, correligionários locais trocaram o PTB pela base do PSB.

As eleições municipais devem ter um papel central na estratégia de Armando para 2018. O grupo do senador tem pré-candidatos em Petrolina (Adalberto Cavalcanti, PTB), em Jaboatão dos Guararapes (Joel da Harpa, PTN) e no Recife (Silvio Costa Filho, PRB).

O PTB sempre defendeu múltiplas candidaturas na Capital. Para o senador, a disputa tem nomes com credenciais, como o de Silvio e o do ex-prefeito João Paulo (PT), do mesmo campo político, e também postulantes a serem reconhecidos, como Priscila Krause (DEM), “um quadro muito valoroso”.

“Não me coloco como candidato (ao governo), até porque seria uma coisa extremamente precoce. Agora, nunca me furtei a atender a convocação de companheiros. Se me for atribuída uma missão, não recusarei”, responde Armando.

Ele evita se classificar como líder da oposição no Estado. Acha pretensioso. Mas emenda uma crítica. “O Estado vive um mau momento. Um período mundo difícil, que se identifica em várias áreas do governo. Problemas gravíssimos, como a escalada na criminalidade, a saúde pública, e a descontinuidade de obras”, dispara.

O cientista político Thales Castro, professor da Universidade Católica de Pernambuco, lembra que Armando vive uma situação atípica no PTB, já que ficou ao lado de Dilma quando o partido majoritariamente apoiou o impeachment.

“Quando um político ganha um cargo de ministro, ele adquire muito prestígio. Entretanto, isso o distancia da base eleitoral no Estado. O âmbito do trabalho dele foi em Brasília e no exterior, embora tenha vindo para cá com frequência”, avalia o professor.

O senador diz não se preocupar com desgastes por ter integrado o governo Dilma. “Se isso tem algum preço de natureza política, vou assumir qualquer que seja ele. O que eu não gostaria é de ficar mal com a minha consciência”, explica.

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