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De olho em 2018, PSDB e DEM já pensam em reedição da União por Pernambuco

Expulsos da gestão Paulo Câmara, PSDB e DEM ganham força em Brasília com ministérios de Bruno Araújo e Mendonça Filho

Paulo Veras
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Publicado em 15/05/2016 às 8:30
Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Expulsos da gestão Paulo Câmara, PSDB e DEM ganham força em Brasília com ministérios de Bruno Araújo e Mendonça Filho - FOTO: Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
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Levados a sair da gestão Paulo Câmara (PSB), integrantes do PSDB e do DEM já falam, nos bastidores, no possível ressurgimento do mesmo grupo político que formou, lá atrás, a União por Pernambuco; agora capitaneado pelo PSDB, de olho nas eleições de 2018. O cálculo não exclui o PMDB, do deputado federal Jarbas Vasconcelos, nem uma aproximação com o bloco do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), que já teve vários atritos com o núcleo do governador e do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).

“O que se encaminha é o surgimento de um novo polo de poder. Ou você acha que PSDB, DEM e outros partidos não vão conversar para criar um novo polo político em Pernambuco? Forçadamente, o PSB vai alimentando a construção dessa frente”, alerta um tucano.

A empolgação é resultado, principalmente, das nomeações dos deputados federais Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM) para os ministérios do governo Michel Temer; o que já teria modificado a correlação de forças no Estado. A hegemonia que o PSB conquistou durante a gestão Eduardo Campos não seria mais a mesma, na leitura de observadores. O desempenho da gestão Temer, que também conta com Fernando Filho (PSB) em Minas e Energia, pode ser fundamental para consolidar essa movimentação.

Na Educação e Cultura, Mendonça Filho comandará o quarto maior orçamento da Esplanada. Já Bruno coordenará obras importantes para Pernambuco, como a navegabilidade e os corredores de ônibus do Grande Recife. Só via Minha Casa, Minha Vida, o Ministério das Cidades afirma ter investido vistosos R$ 8,7 bilhões no Estado, contratando 145 mil unidades habitacionais. O cargo dá ao tucano a premissa de circular pelo interior e atrair o apoio de prefeitos.

“Essa aliança que foi formada na última eleição não mais existe no momento e dificilmente será reeditada em 2018”, afirma o deputado federal Daniel Coelho (PSDB), pré-candidato a prefeito do Recife. “Do mesmo jeito que a gente está vivendo uma transformação rápida no plano nacional. O local também vai passar por transformações. É possível um novo quadro de alianças”, adianta.

A eleição deste ano vai ter um papel importante nesse cenário. Além da Capital, onde PSDB e DEM baterão de frente com Geraldo Julio, tucanos e socialistas se enfrentam em cidades estratégicas, como Olinda, Caruaru e Cabo de Santo Agostinho. Dada como certa, a aliança em Jaboatão dos Guararapes deixou de ser martelo batido. Em Petrolina, o vice Guilherme Coelho (PSDB), agora deputado federal, não está descartado na disputa contra o PSB.

Líder da União por Pernambuco no passado, o PMDB ainda é uma incógnita. Além do presidente do partido, Raul Henry, ocupar a vice de Paulo Câmara, há um grupo de peemedebistas alinhado com Geraldo Julio e Jarbas, que já garantiu apoiar o PSB no Recife.

O ex-governador, porém, segue com prestígio em Brasília, junto a Temer, e de olho na presidência da Câmara, em 2017, quando o cargo não será mais um mandato-tampão; o que pode lhe dar ainda mais musculatura política. Quando era lembrado como candidato a prefeito, Jarbas sempre recebeu acenos de Daniel e Priscila Krause, a candidata do DEM no Recife.

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