O candidato a prefeito do Recife João Paulo (PT) se envolveu numa confusão na tarde desta quinta-feira (8) no restaurante Tio Armênio, no RioMar, Zona Sul da cidade. Em vídeos compartilhados nas redes sociais, o petista aparece batendo boca com o que parece ser um opositor. No minuto seguinte, o homem parte para cima de uma mulher que estaria filmando a confusão e em seguida para o candidato que é segurado pelos assessores. O economista que supostamente agrediu o petista disse ter sido agredido primeiro.
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Segundo o assessor de campanha do petista, Dilson Peixoto, a comitiva estava sentada próximo ao corredor que dá acesso ao banheiro quando um homem esticou a mão para cumprimentar o candidato que “prontamente atendeu”, mas em seguida o homem puxou a mão e afirmou não falar com petista. Ao voltar do banheiro, o homem começou a xingar o candidato e o partido de ladrão e teria avisado que entraria no restaurante para agredir o petista.
No Twitter, o vice-prefeito candidato, que já foi vice de João Paulo, Luciano Siqueira, prestou solidariedade ao amigo e ex-aliado político. “Repudio firmemente a agressão. Manifestação explícita de ódio fascista”, disse.
Repudio firmemente a agressão de que foi vítima o amigo @joaopaulo_pt hoje, no RioMar. Manifestação explícita de ódio fascista!
— Luciano Siqueira (@lucianoPCdoB) 8 de setembro de 2016
O também candidato à prefeitura do Recife, Daniel Coelho (PSDB) condenou a agressão e disse que é conta a violência.
Somos contra a violência. Campanha política se disputa nas ideias. É condenável a tentativa de agressão ao candidato João Paulo.
— Daniel Coelho (@DanielCoelho45) 8 de setembro de 2016
O atual prefeito e candidato a reeleição, Geraldo Julio (PSB) também foi solidário ao petista.
O deputado estadual e candidato à prefeitura do Edilson Silva (PSOL) também gravou um vídeo prestando solidariedade ao petista.
De acordo com a assessoria de imprensa, João Paulo não conhecia o agressor. Ainda segundo nota divulgada, a agressão ocorreu sem que houvesse “nenhum motivo”. João Paulo registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia de Boa Viagem. O petista também concedeu entrevista sobre o caso.
O economista Bruno D’Carli, que também foi a delegacia prestar queixa, é o suporto agressor. Segundo o economista, ele quem foi agredido. “Quem foi agredido fui eu. E ele como a trupe dele, mais de cinco ou seis pessoas, e de maneira propagandística, talvez usando isso como propaganda eleitoral...Ele não foi agredido coisa nenhuma. Eu falei que ele era um safado, que deveria ir comer a lama em Brasília... ele tomou-se de raiva e todos que estavam na mesa dele partiram para cima de mim. Eu em atitude defensiva reagi”.
Assista à agressão:
Delegado lavra TCO contra suposto agressor de João Paulo
O delegado Joel Venâncio, responsável pelo caso, afirmou que foi lavrado um Termo Circustanciado de Ocorrência (TCO) contra o economista. Segundo o delegado, ele pode responder pelos crimes de injúria e ameaça. “Estou solicitando as imagens do shopping e do restaurante. As que já foram apresentadas mostram uma agressão clara. Mostrei ao Bruno e ele confessou que xingou e partiu para agredir João Paulo”, disse o delegado.
Joel Venâncio deu detalhes do depoimento do economista. “Ele (Bruno) disse que tinha ódio do PT e eu até afirmei para ele que isso não é justificativa para agredir alguém. Não mostrou arrependimento em nenhum momento. Muito pelo contrário. Ficou maldizendo o Partido dos Trabalhadores o tempo todo”, relatou.
Venâncio frisou ainda que tentou achar uma solução entre os dois, sem sucesso. “Falei com João Paulo para ver se tinha a possibilidade de ter uma conciliação entre as duas partes, mas ele me disse que ficou muito chocado com a atitude violenta do homem e que iria processá-lo para inibir qualquer ação semelhante durante a campanha”, continuou o delegado.
O caso será levado ao Juizado Especial Criminal. Se for condenado, Bruno D’Carli pode pegar uma pena de até um ano de prisão. O delegado disse ainda que, no Juizado, haverá uma proposta de transação penal, porque os crimes são considerados de pequeno porte. “Pedi para certificar nos autos que o Bruno se recusou a assinar o TCO, pois se considerava uma vítima”, finalizou.