O prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB) diz, na sua página do Facebook, que não vai apoiar os candidatos a prefeito no segundo turno da eleição. Ele considera "compreensível" o desejo de renovação demonstrado nas urnas. Na disputa olindense, a candidata do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos, ficou em quarto lugar na votação realizada no último domingo.
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O PCdoB governou Olinda por 16 anos, numa frente ampla que incluía o PT e o PSB. O segundo turno na cidade patrimônio será disputado pelo Professor Lupércio (SD) e Antônio Campos (PSB) - no próximo dia 30 deste mês.
Segue abaixo o texto de Renildo Calheiros.
Caros Amigos,
Antes de mais nada, aproveito para informar que no segundo turno da eleição em Olinda não apoiarei nenhum dos dois candidatos que estão na disputa. Posto isso, gostaria de agradecer a população da cidade que confiou em nosso grupo político e nos deu quatro vitórias sucessivas. As três últimas no primeiro turno.
Foram 16 anos de Governo, em que fizemos muito pela cidade, com obras, ruas calçadas e grandes investimentos em infraestrutura e no fortalecimento de nossa economia. Estes anos seguidos levaram a uma certa ‘fadiga de material’, refletindo um desejo de renovação, perfeitamente compreensível. As obras em curso criaram um roteiro para os próximos gestores, que refletem nossas principais necessidades. Espero que prossigam e sejam concluídas.
Recolho o resultado da eleição com humildade e buscarei tirar as lições necessárias, compreendendo que isso faz parte dos ciclos da luta política e eleitoral, principalmente na quadra difícil que a economia brasileira vem atravessando, onde os municípios brasileiros estão com suas finanças bastante combalidas. O momento exige muitos cuidados para superarmos os enormes desafios. Sendo assim, dedicarei os próximos três meses de gestão ao esforço de manter as finanças do município equilibradas para facilitar o trabalho de quem me suceder.
Por último, analiso que as eleições refletem a conjuntura política nacional marcada por uma das maiores crises políticas da história, decorrente da ação desestabilizadora das forças conservadoras que querem reimplantar a ordem neoliberal, culminando com o impedimento de uma presidente eleita democraticamente pelo povo. Este quadro pós-impeachment gerou uma enorme dispersão de forças e a uma eleição atípica, de pouca campanha, poucos esclarecimentos, nenhum debate e uma enorme despolitização, ocasionando um resultado desfavorável para as forças de esquerda e progressistas.
De minha parte, continuo na mesma trincheira, confiando no povo e lutando pelo que acredito desde muito jovem, para estabelecer no meu país a liberdade, a igualdade e a justiça. Minhas palavras são de agradecimento ao povo de Olinda.
Renildo Calheiros, prefeito de Olinda.