Um dia após a Câmara Federal aprovar em segunda votação a PEC do Teto de Gastos Públicos, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), candidato à reeleição, criticou a medida e disse que ela pode trazer dificuldade para os serviços públicos do município pelos próximos 20 anos, tempo de vigência da proposta. Pelo menos uma das principais propostas do socialista para o segundo mandato depende de recursos federais: a construção do Hospital do Idoso.
"A gente discorda da PEC como ela está. Uma PEC que está trazendo prejuízo para Saúde, prejuízo para a Educação, prejuízo para as populações mais pobres do País", afirmou Geraldo, em sabatina na Rádio Jornal. "Na hora que faltar o recurso lá de Brasília, quem vai ter que tomar a decisão de cortar serviço é o prefeito de algum município do Norte ou do Nordeste e o governador de algum estado pobre do país", disse ainda.
De acordo com o prefeito, a PEC vai reduzir os percentuais de participação de Saúde e Educação nos gastos da União. Por isso, o socialista diz ser contra a medida por estar ao lado do povo. Quando questionado se os deputados federais do PSB que votaram a favor da proposta ficaram contra o povo, Geraldo, que é primeiro secretário do PSB Nacional, preferiu lembrar que vários deputados do partido votaram contra a PEC.
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IPTU
Depois de afirmar que cortou gastos ruins e conseguiu atrair receitas extraordinárias, Geraldo Julio afirmou à Rádio Jornal que não há previsão de aumentar impostos, como o IPTU. "Não está em estudo. Vivemos todos esses anos sem precisar fazer isso. A gente cortou muita coisa", disse.
Questionado se não seria necessário reduzir secretarias e comissionados no Recife, Geraldo Julio afirmou que a "estrutura de liderança" da prefeitura representa por volta de 1% dos gastos com pessoal. "Tem estrutura privada que gasta muito mais", justificou.
ANTÔNIO CAMPOS
Após o advogado Antônio Campos (PSB), irmão do ex-governador Eduardo Campos, reclamar que a vitória dele à Prefeitura de Olinda não interessa a alguns setores do PSB, Geraldo Julio fez questão de ressaltar que, em 2012, recebeu a orientação de Eduardo de que cada candidato a prefeitura deveria cuidar da disputa em cidade e que não caberia ao candidato a prefeito da Capital interferir em outras disputas, sem cravar o apoio ao colega de partido.
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Sobre as críticas do adversário João Paulo (PT) ao fato de o PSB ter participado das gestões do PT no Recife, o prefeito disse que responde apenas pelos últimos 3,5 anos porque estava no Governo do Estado ajudando Eduardo. Para Geraldo, quem deve responder pelos 12 anos de governo do PT são os ex-prefeitos João Paulo e João da Costa (PT) que "levaram o Recife ao caos".
