O advogado Antonio Campos, candidato derrotado à eleição de Olinda em 2016, comunicou à Polícia Federal (PF), ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, à procuradoria Regional Federal (PRF) e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a tentativa de invasão de e-mail da ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, mãe do advogado e do ex-governador Eduardo Campos. O caso foi denunciado em fevereiro deste ano.
Em nota enviada à reportagem, Antonio Campos afirma, ainda, que Romero Pontual teria subornado dois funcionários do escritório de advocacia de Antonio para saber detalhes da sua atuação como político e profissional. Não só Campos seria "espionado", mas também Ana Arraes. Para ele, houve "tentativa de quebra de sigilo profissional".
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Segundo Campos, a ministra foi citada em conversas gravadas pelo empresário Romero Pontual, ex-presidente da Ceasa, acusado pelo advogado de estar liderando uma perseguição a ele. Na época, Ana Arraes noticiou a tentativa de invasão à sua conta de e-mail à presidência do TCU. Antonio Campos pediu que o caso fosse investigado pela Polícia Federal.
Ainda em fevereiro, o irmão de Eduardo Campos prestou queixa na Delegacia do Cordeiro com acusações contra Romero Pontual. Antonio Campos afirma que, 45 dias depois de prestada a queixa, o inquérito não teve andamento. Campos acusa o PSB, partido do governador Paulo Câmara, de proteger Romero Pontual.
A nota afirma, ainda, que, na última sexta-feira (24), a testemunha Francisco Santiago prestou um termo de declarações, afirmando que foi cogitada uma tentativa de assassinato de Antonio Campos. A ameaça teria partido de Pontual.
"O declarante (Santiago) percebeu no contexto das mensagens e conversas é que Romero teria trabalhado para a derrota eleitoral de Antônio Campos em Olinda, e depois o plano seria desmoralizá-lo moralmente, cercá-lo para afugentar seus clientes, usando forças governamentais amigas, não estando descartada a hipótese de dar fim à vida dele; que esclarece o declarante que antes de viajar para Costa Risca o próprio Romero Pontual conversou pessoalmente com o declarante na empresa Casa de Farinha, onde externou também os assuntos acima mencionados", diz o texto.
RESPOSTA
Procurada, a assessoria do governo afirmou que não irá se pronunciar sobre o assunto. Já a assessoria do PSB afirmou que todas as declarações sobre o assunto foram dadas pelo PSB em fevereiro, época em que o assunto veio à tona. "Quanto aos ataques e insinuações, julgamos serem consequência do seu inconformismo com a derrota na eleição de Olinda em 2016", diz a nota da legenda.