Depois de reunir-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o governador Paulo Câmara (PSB) defendeu que a reforma da Previdência que será apresentada ao Congresso Nacional deveria incluir também os servidores estaduais. O encontro entre o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o socialista ocorreu nessa quarta-feira (6), em Brasília. Uma nova reunião, desta vez entre Guedes e os governadores das 27 unidades da Federação, deve ocorrer no dia 20 de fevereiro.
“Na minha opinião, essa discussão tem que ocorrer no Congresso. É melhor unificar do que cada Assembleia precisar aprovar a sua reforma”, declarou o governador.
Ao ser perguntado se acreditava que seu partido poderia vir a ser contra a aprovação da reforma por fazer oposição ao governo federal, Paulo disse que a legenda discorda de alguns pontos que têm sido debatidos, como as mudanças em relação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), mas afirmou que, pessoalmente, considera a medida necessária para o País.
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Resposta
Questionada sobre a declaração de Paulo Câmara, a Secretaria de Imprensa do Palácio do Campo das Princesas explicou que existe a necessidade de que “as principais mudanças” previdenciárias sejam feitas no âmbito nacional, uma vez que “a alíquota em Pernambuco (13,5%) já está próxima do limite, o que deixa muito pouco espaço para alterações significativas na esfera estadual”. A pasta não especificou, porém, de que mudanças estaria falando, tanto na esfera nacional quanto local. Segundo Paulo, o déficit da Previdência de Pernambuco em 2018 foi de R$ 2,6 bilhões.
Além da questão da Previdência, Paulo afirmou que também tratou com Guedes sobre a proposta de um novo pacto federativo, vislumbrando uma nova maneira de distribuir entre Estados e municípios os recursos arrecadados com impostos pela União. Segundo o governador, o ministro mostrou-se aberto a discutir a questão.
“Ele (Guedes) entende que o Brasil tem uma concentração de recursos muito grande na União, fato que não ocorria desde o regime militar. Ele reforçou que tem uma visão federativa que agrada aos governadores e prefeitos, pois todos defendemos que haja uma discussão muito mais forte para que tenhamos instrumentos melhores para governar”, cravou o gestor estadual.