100 dias

Após reeleição, Paulo Câmara conquista perfil mais político

Nos 100 dias pós-reeleição, governador busca canal com governo federal

Renata Monteiro
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Renata Monteiro
Publicado em 10/04/2019 às 8:53
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Se no início do seu primeiro mandato, em 2015, o governador Paulo Câmara (PSB) levou algum tempo até superar a inexperiência na chefia do Executivo e adequar suas ações de governo à realidade de crise econômica que se enraizava no País, nos 100 dias posteriores à posse pós-reeleição o socialista demonstrou estar bem mais à vontade no cargo que ocupou nos últimos quatro anos.

De 1º de janeiro até esta quarta-feira (10), os atos do governador têm explicitado seu desejo de estar mais próximo à população, de tentar travar um canal de diálogo maior e mais efetivo com o governo federal e sua vontade de imprimir a sua marca à gestão.

Apenas neste trimestre, Paulo realizou uma reformulação significativa no seu secretariado – reduzindo indicações políticas e aumentando a presença de técnicos nas pastas, além de extinguir algumas secretarias e criar outras –, inaugurou obras hídricas, como a Adutora do Moxotó e a 1ª etapa da Adutora do Agreste, anunciou 24 novas escolas de tempo integral e a criação de três delegacias voltadas ao atendimento das mulheres, entre outras ações.

“Outro marco desses primeiros 100 dias de governo foi o lançamento do 13º do Bolsa Família, um compromisso de campanha que ele (Paulo) conseguiu, nesse curto espaço de tempo, fazer o desenho jurídico do projeto, fazer o desenho operacional e o seu lançamento, para que ele seja pago a partir de fevereiro do ano que vem”, explicou Alexandre Rebêlo, secretário de Planejamento e Gestão do Estado.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB) salienta, inclusive, que o governador tem feito questão de estar em vários destes eventos, movimento distinto do apresentado nos primeiros dias da sua primeira gestão, quando a prioridade do socialista era se inteirar do funcionamento do governo. “O governador está fazendo o dever de casa, está mais animado nas atividades no interior. No primeiro mandato ele estava, de forma correta, se apropriando da situação, pois foi secretário da Fazenda e de Administração, mas como governador precisava ter o domínio de todas as áreas, coisa que o absorveu internamente. Agora ele é senhor da situação, o que lhe dá liberdade para estar mais em contato com as pessoas”, afirmou o parlamentar.

Opositor de todos os presidentes que estiveram no poder desde que assumiu o governo – Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL) –, Paulo sempre queixou-se de que fatores políticos prejudicaram o repasse de recursos federais para obras no Estado.

No seu segundo mandato, entretanto, o socialista vem trabalhando em uma tentativa de aproximação de Bolsonaro, enviando logo nos primeiros dias depois da posse uma solicitação de audiência com o novo presidente e realizando, de lá para cá, uma série de encontros com os auxiliares do mandatário.

Críticas da oposição

A deputada estadual Priscila Krause (DEM), porém, não vê flores na gestão Paulo Câmara. Segundo a democrata, o governador precisa avançar em vários aspectos da administração, inclusive no diálogo com a oposição. “Esse governo é mais do mesmo, continua sem dizer a que veio. Faz quatro anos que não tem uma marca. Quanto à relação com a oposição, creio que ela seguirá como antes: desrespeitosa. Ele sempre nos tratou da pior forma, nunca escutou as nossas críticas”, cravou.

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