Opinião

Gleide Ângelo evita comentar caso de deputado acusado de violência doméstica

Segundo a parlamentar, é preciso esperar a conclusão das investigações da Polícia Civil

Da editoria de Política
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Publicado em 26/06/2019 às 10:25
Roberto Soares/Alepe
Gleide Ângelo é deputada estadual pelo PSB - FOTO: Roberto Soares/Alepe
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Presidente da Comissão da Mulher na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e conhecida por sua atuação no combate à violência doméstica, a deputada Gleide Ângelo (PSB) afirmou durante a sessão, nessa terça-feira (25), que não iria comentar a denúncia de agressão feita pela ex-companheira do deputado estadual Marco Aurélio (PRTB) até a conclusão do inquérito. “Hoje o que eu posso dizer é que confiem na polícia que tudo será devidamente esclarecido no momento oportuno”, disse.

Além da parlamentar, o líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Marco Aurélio (PRTB), também subiu a tribuna da Casa nessa terça para se defender da denúncia de agressão feira na última segunda-feira (24). Ele está sendo investigado por violência doméstica em inquérito instaurado pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE).

“Na noite de domingo, após eu chegar em casa da igreja, eu tive uma discussão com a minha então companheira e ela partiu para me agredir. E eu dizia várias vezes que isso não poderia acontecer, que tinha que terminar, que não dava mais e que no dia que novamente isso acontecesse a gente encerraria a nossa relação”, afirmou o deputado.

A sua ex-companheira afirmou, em depoimento, que foi empurrada por ele após uma discussão e teria machucado a cabeça e o quadril. Ela afirmou ainda que já havia sido agredida anteriormente. “Eu sempre achava que ele poderia mudar, mas com o passar do tempo ele teria ficado mais agressivo”, disse em entrevista à TV Clube.

“Não houve nenhuma agressão. O que houve foi o final de uma relação e ontem de manhã [SEGUNDA]eu fui pego de surpresa com tudo que está acontecendo”, disse Marco Aurélio.

O prazo regular para a conclusão do inquérito é de 30 dias. Depois do depoimento da vítima, são chamadas as testemunhas de acusação. Posteriormente, o acusado é ouvido e suas eventuais testemunhas.

Feminicídio

Ainda na sessão dessa terça (25), a deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), chamou atenção para os casos de feminicídio em Pernambuco, ao citar o assassinato da agente de saúde Márcia Araújo Severino da Silva, que, segundo a Polícia Civil, teria sido jogada por seu companheiro da laje do apartamento do casal.

“Quando eu venho aqui na tribuna eu não quero julgar ninguém, mas é uma luta no movimento feminista, que a gente vem trazendo há muito tempo e a gente não pode ficar calada. Porque tudo começa com uma agressão verbal até a primeira tapa, até uma morte, que nem aconteceu com a companheira que foi jogada na laje”, disse.

Das 896 pessoas mortas em Pernambuco no primeiro trimestre de 2019, 49 foram mulheres. Deste total, quinze crimes foram classificados como feminicídios, sendo três no mês de março. Segundo a Secretaria de Defesa (SDS), isso representa uma queda de 57,1% nesse tipo homicídio em relação ao mesmo mês de 2018, quando sete casos foram registrados.

Entre janeiro e março de 2018, dezoito feminicídios foram registrados. De acordo com a secretaria, 2019 teve o março com menor estatística desde o mesmo mês de 2008, quando tivemos 16 vítimas. A contagem é feita desde 2004.

Em 2018, 241 mulheres foram mortas em Pernambuco. Destas, 83 foram vítimas de feminicídio.

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