Há aproximadamente dois anos, o senador Fernando Bezerra Coelho, então filiado ao PSB, deixava o seio socialista e ingressava no MDB, onde pouco depois protagonizaria, ao lado do também senador Jarbas Vasconcelos e do deputado federal Raul Henry, caciques da sigla, uma dura disputa judicial pelo comando da legenda em Pernambuco. No auge daquela briga, quem poderia imaginar que, hoje, tão pouco tempo depois, FBC conquistaria o mando da agremiação no seu reduto eleitoral, Petrolina, com a bênção dos mesmos Jarbas e Raul? Pois foi exatamente isso o que ocorreu.
Leia Também
Os três homens fortes do MDB no Estado convivem pacificamente no partido já há alguns meses. FBC até mesmo foi eleito membro do diretório estadual da sigla – órgão presidido por Raul –, onde ocupa o posto de segunda vogal. A prerrogativa dada a FBC para nomear os membros da comissão provisória que comandará a legenda em Petrolina seria, portanto, apenas mais um aceno do grupo de Jarbas ao antigo adversário.
“A direção do MDB de Petrolina optou por não renovar o diretório municipal. O prazo de vigência expirou, não foi realizada uma nova votação e diante da solicitação do senador Fernando Bezerra Coelho, a comissão estadual decidiu dar a ele a prerrogativa de indicar os membros que vão compor a comissão provisória do partido em Petrolina”, afirmou Raul Henry.
VÁCUO DE PODER
Nos bastidores, comenta-se que desde que o ex-prefeito de Petrolina, Julio Lossio, saiu do MDB e ingressou na Rede Sustentabilidade para concorrer ao governo estadual, o MDB de Petrolina estava sob o comando de alguns vereadores que são seus aliados. FBC teria visto, nesse vácuo deixado por Lossio, uma oportunidade para ganhar espaço no partido. Fontes ligadas ao senador acreditam, inclusive, que a mudança de cenário pode culminar com a filiação do atual prefeito da cidade, Miguel Coelho, filho de FBC, à legenda, uma vez que ele também deixou o PSB e ainda está sem partido.
A reportagem do JC procurou o senador Fernando Bezerra Coelho, mas não conseguiu contato com o parlamentar, que passou grande parte do dia acompanhando a votação da reforma da previdência na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O senador Jarbas Vasconcelos informou que não comentaria a movimentação partidária.