“Não me coloco como inevitável”. É o que defende o ex-governador do Estado e ex-ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), sobre a disputa pela Prefeitura do Recife nas eleições de 2020. Apesar de o bloco de oposição ao projeto político do PSB não ter fechado um consenso se haverá ou não múltiplas candidaturas, Mendonça aposta no sentimento de renovação e alternância de poder. “Acredito que há um espaço muito grande para um projeto de oposição no Recife. O legado da gestão do PT e PSB é muito fraco, por isso vamos buscar apresentar propostas e caminhos que posicionem a capital pernambucana de volta à condição de liderança e destaque que sempre teve no Nordeste e no Brasil”, declarou, referindo-se à intenção dos socialistas em lançar o deputado federal João Campos (PSB) para a sucessão do prefeito Geraldo Julio (PSB).
Além de colocar seu nome à disposição para o pleito municipal, o ex-ministro também cita outros prefeituráveis, como os deputados federais Daniel Coelho (Cidadania), Sílvio Costa Filho (Republicanos), e a deputada estadual Priscila Krause, sua correligionária. “O bloco de oposição, que deu sustentação na última eleição para o Estado, tem que estar ao máximo unido. Nem mesmo a desvantagem no tempo de televisão será empecilho para nós”, afirmou em entrevista ao JC na tarde desta segunda-feira (16).
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“E não me coloco como um primeiro nome, mas defendo que possamos ter unidade para enfrentar uma máquina eleitoral poderosa”, completou.
Dentre as críticas tecidas por Mendonça Filho sobre o legado socialista no Recife, ele fala sobre a falta de manutenção da cidade, em termos de limpeza urbana, mobilidade, educação e saúde. “Os projetos de mobilidade são inconclusos, a educação pouco evoluiu nestes últimos anos. Sem falar que Recife deixou de ser uma capital turística. Então, nós temos uma agenda muito ampla para apresentar contra a lógica do PSB que é anti-produtiva e anti-empreendedora”, disparou.
De acordo com Mendonça Filho, que também é o presidente do Diretório Estadual do DEM, o partido tem como principal estratégia fortalecer as bases em municípios estratégicos, como Jaboatão dos Guararapes, onde irá apoiar a reeleição do prefeito Anderson Ferreira (PL); Caruaru, também em apoio a reeleição da prefeita Raquel Lyra (PSDB); e em Petrolina, com Miguel Coelho (sem partido).
Miguel Coelho
Sobre o prefeito de Petrolina que irá disputar o seu segundo mandato, o democrata afirma que as portas da sigla estão de portas abertas. “Os dois irmãos dele são deputados pelo DEM, então, é algo absolutamente normal que ele possa optar pelo nosso partido. Mas deixo ele muito à vontade para que essa decisão seja refletida, ele tem um prazo até abril para decidir”, ressaltou.
O que não passará despercebido é o PSL no palanque. Com objetivo de disputar a chefia do Executivo em 25 municípios e ampliar de três para 15 prefeitos em todo o Estado, o DEM enxerga a importância de ter o PSL como uma “força política expressiva”.
“Leve-se em consideração que o presidente Jair Bolsonaro teve 43% dos votos no primeiro turno e 47% no segundo, não dá para desconsiderar esse fato. Agora, para mim, o debate tem que ser focado no Recife. Já assistimos muitas vezes a técnica do PSB, de terceirização da culpa e das responsabilidades pelos erros cometidos, tanto a nível estadual, quanto local”, declarou Mendonça.
Atualmente, o DEM ocupa a prefeitura dos municípios de Macaparana, com Maviael Cavalcanti; Bodocó, com Túlio Alves; e Cupira, com Zé Maria.