O ex-deputado Edilson Silva, que deixou o Psol e se filiou, nesta segunda-feira (7), ao PCdoB, disse não haver constrangimento em subir no palanque de João Campos (PSB), caso o seu nome venha a ser definido como o candidato da Frente Popular à Prefeitura do Recife (PCR), nas eleições de 2020. Durante seu mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, Edilson foi crítico ferrenho às gestões do governador Paulo Câmara (PSB) e do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).
"Eu vou estar no palanque que o PCdoB definir. Não está dado, hoje, que o João Campos é o candidato da Frente Popular, ele é o candidato do PSB. Mas existe uma engenharia política que tem que ser construída que envolve outros municípios. Eu defendo a unidade. E, se tiver algum entendimento em relação ao nome de João, não vamos ter constrangimento nenhum de trabalhar isso porque é isso que está no programa", disse o agora comunista.
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Embora esteja no grupo aliado dos socialistas – PCdoB ocupa os cargos de vice no governo do Estado e na PCR – Edilson afirma que não se arrepende das críticas feitas ao PSB e que não teria feito "nada diferente dos últimos anos". "Isso passou. A gente tem hoje um inimigo maior, que é o governo Bolsonaro (PSL). Então eu vou ter que colocar isso [críticas aos socialistas] em segundo plano".
"Eu tenho críticas em relação à Arena da Copa? Sim, mas isso agora é secundário. Eu tenho críticas a forma como foi feito o BRT? Continuo tendo, mas isso é segundo plano. Tenho críticas à navegabilidade do Rio Capibaribe? Acho que estava errado, mas isso também precisa ser colocado em segundo plano. Isso é fazer política e não chegar com revanchismo barato. Faço isso em defesa dos direitos da população", explicou.
Governo federal
Silva comentou sobre os seus próximos passos no PCdoB e a frente de resistência que o partido quer desenvolver contra o governo federal. "A gente tem um conjunto de retrocessos: no agronegócio, com mais de 300 tipos de venenos sendo liberados. Na área humanista, estamos vendo um paradigma miliciano sendo instalado no País; uma reforma da Previdência que tira dos mais pobres R$ 800 bilhões em 10 anos. Em resumo, é algo que precisa ser combatido imediatamente", afirmou Edilson – que confirmou sua pré-candidatura a vereador do Recife.
É nesse ponte em que ele fala da convergência com o PSB, para que seja construída "novas pontes de resistência" no Estado. "É muito natural agora que a gente se encontre com o governador e o prefeito no sentido de construir com eles uma fonte de resistência. Hoje, a região Nordeste é uma região de resistência ao Bolsonaro e está sofrendo retaliação exatamente por isso. Então, vamos nos juntar para fazer o que sempre fizemos, defender os direitos do povo".
A mesma justificativa de "construir pontes" foi defendida pela vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos. "Edilson agora procura estabelecer relação com qualquer outro partido que esteja contra o governo Bolsonaro. Ele quer ampliar a rede e fortalecer a unidade", disse.
Novo partido
Edilson afirma que foi acolhido no novo partido com "extrema e surpreendente generosidade". No evento de filiação, que reuniu filiados e simpatizantes do PCdoB, o ex-parlamentar comemorou sua união ao partido. "Já está conversado com o partido para que eu concorra a vereador no Recife para fortalecer a bancada do partido e o nosso campo político aqui no Estado".