Uma das lideranças do campo de oposição ao governador Paulo Câmara (PSB), o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) projeta ao menos 100 candidaturas oposicionistas nas eleições municipais de 2020, somando-se os candidatos a prefeito do MDB, presidido pelo deputado federal Raul Henry (MDB) - do qual e do DEM, que tem como presidente estadual o ex-ministro Mendonça Filho (DEM). Sobre Raul, inclusive, o emedebista disse que está tentando estimulá-lo a concorrer à sucessão do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).
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"Só no MDB na aliança que fizemos com Jarbas, com Raul, nós já temos hoje 70 candidaturas a prefeitos em todas as regiões do Estado. Estamos procurando estimular, animar Raul para também se apresentar como candidato a prefeito do Recife. Fernando (Filho, deputado federal) junto com Mendonça no DEM já tem umas 15 candidaturas, então nós vamos disputar seguramente em pelo menos 100 prefeituras em todo o Estado", afirmou Fernando, durante café da manhã com jornalistas na manhã desta sexta-feira (13) no Recife. Ele também lembrou de outras lideranças da oposição, a exemplo do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, o prefeito de Jaboatão e presidente estadual do PL, Anderson Ferreira.
Para FBC, as atenções nas eleições municipais estarão voltadas para a capital, Recife, municípios da Região Metropolitana, como Olinda e Jaboatão dos Guararapes e polos regionais como Caruaru e Petrolina, essas três últimas administradas atualmente por prefeitos de oposição. "É onde as atenções vão se concentrar e é onde o jogo vai ser jogado. Eu acho que é prematuro falar sobre 2022. Nós temos de jogar 2020 e a disposição para jogar 2020 é justamente dar musculatura à oposição", argumentou Fernando.
O prefeito de Olinda, Professor Lupércio (SD), deve buscar a reeleição em 2020. Ele integra um dos partidos da Frente Popular, liderada pelo PSB, mas nas eleições de 2018 apoiou os candidatos ao senado Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho, que acabaram perdendo para os senadores eleitos Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB). Sobre Olinda, Fernando afirmou que a oposição fará uma avaliação da estratégia em meados do mês de março. "São múltiplas candidaturas que estão sendo colocadas lá", disse. Questionado sobre a possibilidade de apoiar Lupércio, ele disse que é preciso aguardar. "Porque Lupércio emite sinais que está trabalhando para ter apoio do PSB", revelou.
"A oposição saiu fragilizada da eleição de 2018 do ponto de vista da sua representação na Assembleia, na Câmara dos Deputados, do número de prefeitos que integram a oposição. Mas eu sinto que pela situação que a gente está constatando, das avaliações administrativas do governador, do prefeito da capital, dos erros e de certa paralisia do desenvolvimento em Pernambuco", completou Fernando. Na época das eleições de 2018, a Frente Popular contabilizava cerca de 70 prefeitos aliados.
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Fernando também fez críticas ao fato do governo de Pernambuco não estar em condições de contrair empréstimos com a União por ter classificação de risco "C" em relação à capacidade de pagamento (Capag), de acordo com o Tesouro Nacional. Ele também atribuiu ao governo do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) a maior parte dos investimentos feitos no Estado neste ano. No Estado, ele é uma das lideranças do grupo de oposição ao governador Paulo Câmara (PSB).
"Essa semana foi aprovado um empréstimo para o Ceará de R$ 1 bilhão e Pernambuco não tem condições de tomar empréstimo. Você vai comparar os investimentos de Pernambuco com o Ceará e com o da Bahia, desses últimos cinco anos, é ridículo, e o que salvou Pernambuco esse ano foram os investimentos do governo federal. O governo federal vai investir mais do que o governo do Estado", afirmou o senador, citando as obras do Ramal do Agreste.