Agroecologia

Um famoso pastel de jaca

Salgado faz sucesso na feira há quase vinte anos

Mariana Mesquita
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Mariana Mesquita
Publicado em 03/05/2015 às 0:08
Foto: Acervo Centro Sabiá
Salgado faz sucesso na feira há quase vinte anos - FOTO: Foto: Acervo Centro Sabiá
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Todo sábado, há quase duas décadas, dona Lenir Pereira, de 54 anos, leva seus quitutes à feira agroecológica das Graças. Dona do Sítio São João, junto com o marido Jones, ela aderiu à proposta da agroecologia e transformou sua propriedade, de apenas um hectare, em referência internacional de produção familiar. Cerca de cinco mil agricultores e estudantes de agronomia realizaram visitas ao espaço, desde que foi criado.

O Sítio São João também foi palco de uma história de amor e empreendedorismo. Quando Jones aderiu à proposta da agroecologia, passando a respeitar a terra e produzir sem uso de agrotóxicos, ele resolveu também se tornar vegetariano. Foi aí que Lenir buscou alternativas para alimentar toda a família, através de pesquisa e de experimentação. Na sequência, os alimentos processados foram naturalmente sendo levados à feira.

Hoje, ela vende torta de macaxeira com taioba, bolacha acebolada, pastel de soja e de ricota, pães variados e sucos de açaí, maracujá com ubaia e capim santo com limão. O carro-chefe, porém, é o famoso pastel de forno com recheio de jaca, cujo tempero “imita” frango desfiado. Segundo Lenir, mais de 200 unidades do salgado são produzidas pela família toda semana. O “lote” é dividido com o filho, Juvenal, que comanda uma banquinha na feira em Boa Viagem e também comercializa outros produtos dos Pereira, como mel, própolis e geleias.

Lenir partilhou a receita do cobiçado pastel com os leitores do JC, e ela pode ser acessada AQUI. Trabalhosa, a “carne” é feita a partir do broto da jaca. Depois de tratada, cortada e cozinhada na pressão, ela é desfiada e temperada, assemelhando-se ao palmito e ganhando gosto de “galinha” ou de “peixe”.

Se você quiser experimentar mas não souber onde encontrar uma jaca adequada, ou mesmo se preferir comprar o material já processado, pode adquirir os potinhos de meio quilo vendidos por Cristina Petroni, agricultora do Sítio Sete Estrelas. Cristina, 47, integra esse grupo de agricultores que têm orgulho de sobreviver exclusivamente do trabalho na terra, e vende seus produtos nas feiras do Museu do Homem do Nordeste e de Dois Irmãos.

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