O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, admitiu nesta terça-feira (11), no Rio de Janeiro, que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estudam um programa de apoio ao segmento de fornecedores do setor automotivo, sobretudo o de autopeças, como forma de diminuir a crise das montadoras no país.
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De acordo com o ministro, entre as medidas avaliadas estão a postergação de algumas medidas de caráter regulatório. “São algumas exigências mais estritas que poderão ser postergadas, liberando o setor de custos adicionais em relação a alguns aspectos regulatórios, evidentemente que sem por em risco a segurança dos usuários.”
Segundo Armando Monteiro, há uma margem para “uma dilatação de prazos", de modo que o setor não tenha de antecipar movimentos que envolvam aumento de custos.
O ministro disse ainda que há uma equipe na Casa Civil estudando medidas para beneficiar o setor automobilístico, com diálogo constante com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ele admitiu que, entre as medidas em estudo, algumas são na área de financiamento.
Armando Monteiro, que participou hoje da solenidade de posse do novo presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Luiz Otávio Pimentel, realizada na Escola Superior de Guerra (ESG), afastou qualquer possibilidade de o governo adotar medidas fiscais de benefício às montadoras. “Na área fiscal não, porque a margem é muito reduzida.”
Para o ministro, no contexto do comércio externo brasileiro, que, segundo ele “vai bem”, algumas ações vêm sendo empreendidas, sobretudo as de maior abertura comercial internacional e de busca de maior integração com regiões de maior dinamismo no comércio internacional.
“O acordo automotivo renovado com o México, por exemplo, já elevou em mais de 70% as exportações de veículos para aquele país. Também há expectativas em relação aos acordos costurados na América do Sul, já bem encaminhados, como os da Colômbia, que já foi um mercado importante para nosso setor automotivo.”
O ministro explicou que, nesse momento de forte retração no mercado interno, o canal são as exportações, "alternativa viável e indiscutível". Segundo ele, elas podem garantir que o país mantenha o nível de atividade em alguns setores, segurando e até aumentando o emprego, principalmente em setores da indústria, entre elas a automotiva.
“O setor automotivo é um dos que podem ganhar a curto prazo com o mercado externo, não a ponto de compensar inteiramente, em um primeiro momento, a queda no mercado interno, mas atenuando de forma expressiva a queda que o setor vem experimentando”, afirmou Armando Monteiro.