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Samsung anuncia interrupção total da produção do Galaxy Note 7

A empresa alegou questões de segurança após os casos de explosão da bateria dos aparelhos

AFP
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Publicado em 11/10/2016 às 6:39
Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP
A empresa alegou questões de segurança após os casos de explosão da bateria dos aparelhos - FOTO: Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP
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A Samsung anunciou nesta terça-feira (11) a interrupção total da produção do telefone Galaxy Note 7, alegando questões de segurança após os casos de explosão da bateria dos aparelhos.

"Reajustamos recentemente os volumes da produção para realizar uma exaustiva investigação e um controle de qualidade, mas ao considerar prioritária a segurança do consumidor adotamos a decisão final de interromper a produção do Galaxy Note 7", afirma a empresa sul-coreana em um comunicado.

- Gestão de crise desastrosa -

A gestão da crise pela Samsung também foi muito criticada, já que o grupo reconheceu de forma implícita nesta terça-feira pela primeira vez que os aparelhos distribuídos para substituir os primeiros milhões de exemplares vendidos também tinham problemas.

"Na primeira vez é possível pensar em um erro. Mas se você repete duas vezes o mesmo erro no mesmo modelo, isto gera uma considerável perda de confiança dos consumidores", afirma Greg Roh, da HMC Investment Securities.

"O motivo dos consumidores decidirem pela Apple ou Samsung é a confiabilidade do produto. Nesta situação, o dano em termos de imagem será inevitável e a Samsung terá que trabalhar muito para inverter a tendência", completa.

A empresa sul-coreana justificou a decisão pela necessidade de uma "profunda investigação" dos incidentes.

"A segurança dos consumidores é nossa prioridade. A Samsung pede a todos os operadores e varejistas que parem de vender e trocar o Galaxy Note 7, enquanto realiza a investigação", afirma o grupo em um comunicado mais claro que o de segunda-feira, quando a empresa destacou apenas um "ajuste dos volumes de produção" do aparelho.

A Samsung orienta todos os donos de um modelo original do Galaxy Note 7 ou de um aparelho substituído que "apaguem e parem de utilizar o phablet".

A decisão da Samsung foi elogiada por Elliot Kaye, presidente da Agência Americana de Segurança do Consumidor (CPSC). 

A Autoridade de Aviação Civil (FAA) dos Estados Unidos divulgou novas recomendações e pediu aos passageiros que possuem o Note 7 que não utilizem ou recarreguem a bateria em voo. Também solicita que o aparelho não seja guardado na bagagem.

- Fiasco de 10 bilhões de dólares? -

No domingo, a gigante americana das telecomunicações AT&T e sua concorrente alemã T-Mobile anunciaram que interrompiam as operações com os Galaxy Note 7 à espera de investigações adicionais.

Linda Sui, especialista em telefonia móvel na Strategy Analytics, calcula que o caso pode custar a Samsung "10 bilhões de dólares ou mais".

O fracasso do Note 7 é ainda mais inquietante por acontecer em um momento crítico para o grupo, que enfrenta uma transição complicada de gerações em sua direção.

Na semana passada, o fundo americano Elliott Management jogou mais lenha na fogueira ao propor a divisão do grupo em duas empresas independentes.

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