A postura do presidente Jair Bolsonaro na rápida coletiva de imprensa em que, basicamente, tentou acalmar o mercado financeiro garantindo que não vai fazer bobagem com os gastos do governo é a de um ocupante de cargo público que precisa se render aos fatos.
Nos últimos meses ouviu o que lhe agradava: vamos gastar dinheiro com o auxílio emergencial, estica o teto de gastos, ganha popularidade no NE e gasta mais ainda em uma série de obras para gerar emprego de forma artificial. Depois é só disputar a reeleição e correr pro abraço.
Aí, na terça-feira (11), Paulo Guedes que já perdeu sete membros da equipe, pessoas que desistiram porque viram que a proposta liberal original não existia, deu a real ao presidente: furar o teto de gastos, aumentar custos, termina em impeachment. Bolsonaro entendeu.
A coletiva de quarta-feira (12) foi pra que o mercado financeiro entendesse que ele entendeu. Porque uma coisa é eleger-se prometendo fazer algo em que não acredita, como o liberalismo econômico. Outra é colocar a economia em risco por causa de um projeto de reeleição, alicerçado em ideias já utilizadas (pelo PT) que nos deixaram numa das piores crises econômicas de nossa História.
Espera-se que tenha ficado claro: é justíssimo que ele busque formas de melhorar a popularidade, mas isso se faz no longo prazo.
No curto prazo é populismo e quebra o País.