Bolsonaro precisa entender que buscar popularidade em curto prazo é populismo e quebra o país

Paulo Guedes que já perdeu sete membros da equipe, pessoas que desistiram porque viram que a proposta liberal original não existia, deu a real ao presidente: dá impeachment
Igor Maciel
Publicado em 13/08/2020 às 9:52
Tem que ir com calma Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


A postura do presidente Jair Bolsonaro na rápida coletiva de imprensa em que, basicamente, tentou acalmar o mercado financeiro garantindo que não vai fazer bobagem com os gastos do governo é a de um ocupante de cargo público que precisa se render aos fatos.

Nos últimos meses ouviu o que lhe agradava: vamos gastar dinheiro com o auxílio emergencial, estica o teto de gastos, ganha popularidade no NE e gasta mais ainda em uma série de obras para gerar emprego de forma artificial. Depois é só disputar a reeleição e correr pro abraço.

Aí, na terça-feira (11), Paulo Guedes que já perdeu sete membros da equipe, pessoas que desistiram porque viram que a proposta liberal original não existia, deu a real ao presidente: furar o teto de gastos, aumentar custos, termina em impeachment. Bolsonaro entendeu.

A coletiva de quarta-feira (12) foi pra que o mercado financeiro entendesse que ele entendeu. Porque uma coisa é eleger-se prometendo fazer algo em que não acredita, como o liberalismo econômico. Outra é colocar a economia em risco por causa de um projeto de reeleição, alicerçado em ideias já utilizadas (pelo PT) que nos deixaram numa das piores crises econômicas de nossa História.

Espera-se que tenha ficado claro: é justíssimo que ele busque formas de melhorar a popularidade, mas isso se faz no longo prazo.

No curto prazo é populismo e quebra o País.

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