Pessoas ligadas às gestões do PT no Recife começam a reclamar que Marília Arraes (PT) não parece disposta a defender o legado do partido na cidade.
É como se estivesse preocupada em evitar a parcela de rejeição que a sigla tem na capital, ignorando o que foi realizado entre 2000 e 2012 durante três gestões.
No plano nacional, o PSDB cometeu um erro parecido por anos, tentando esconder Fernando Henrique Cardoso com orientação de marqueteiros. Como resultado, tornou-se um sensacional case de erros, tendo dificuldades até hoje para descer do muro em que se colocou quando tentava fugir dos fracassos ao invés de discutir seus avanços.
É injusto dizer que o Recife não avançou em alguns aspectos durante as gestões do PT.
Estar no partido, disputando a prefeitura e não evidenciar isso pode custar alto.
Rejeição é algo que não se reverte negando ou escondendo, mas discutindo e compreendendo. A rejeição ao PT aqui é muito mais conectada com Lula (PT) e com os erros nacionais do que com questões locais.
João Paulo, hoje no PCdoB, pode até ser questionado por erros de condução política posteriores, mas deixou o cargo com aprovação de 88%. João da Costa (PT) pode ter sido impedido de tentar a reeleição em 2012, mas também tinha boa aprovação e poderia ter sido reeleito.
Não reconhecer isso, além de injusto, é erro estratégico.
É como se você indicasse ao adversário onde ele deve bater, porque aquilo é ponto fraco para você.
Numa eleição, é fatal.