Candidaturas diferentes em um mesmo campo político são importantes em eleições de dois turnos.
Mas, precisam estar em "tonalidades" diferentes para atrair público diverso e ampliar o número de votos válidos já na primeira etapa.
Por exemplo, no Recife, Mendonça Filho (DEM) é um nome da centro-direita. Segundo as pesquisas, é o candidato que o eleitor mais associa a Bolsonaro (sem partido). Mas, por ser moderado, não atrai os eleitores mais radicais.
Por isso, a importância de candidaturas como a de Alberto Feitosa (PSC) é grande.
Os bolsonaristas mais radicais, sem identificação inicial com Mendonça, encontram em Feitosa uma opção mais palatável. O nome de Feitosa na urna evita que esses votos sejam anulados e amplia o volume de votos válidos, diminuindo a chance de a disputa terminar no primeiro turno.
É por isso que Daniel Coelho (Cidadania) e Mendonça não podem ser candidatos ao mesmo tempo, porque os dois atingem o mesmo público e vão dividir a votação, como aconteceu em 2016, quando Priscila Krause (DEM) e o mesmo Daniel, insistiram em sair candidatos em palanques diferentes.
Dividiram os votos e o PT é que foi para o segundo turno com o PSB. O mesmo pode acontecer em 2020, se insistirem.
Na esquerda, apesar de toda a briga para evitar que o Marília Arraes (PT) fosse candidata. A via própria petista pode acabar ajudando os socialistas, absorvendo votos dos eleitores da esquerda que não se identificam mais com o PSB.
Impede que esses votos migrem para um candidato à direita que seja mais moderado, como Mendonça ou Daniel Coelho.
Tudo depende do fôlego da candidata.
Se Marília tiver estrutura para a campanha, atrapalha João Campos (PSB). Se não tiver, ajuda o PSB.
E o PT nacional, por mais que tenha apoiado seu nome, não indicou até agora que fará o mesmo com a verba eleitoral.