O PT, que estava para falir, voltou a crescer quando Lula foi liberado para ser candidato, mas a entrada de artistas e gente que influencie na mídia e nas redes sociais, como o cantor pernambucano Otto fez recentemente, é essencial para mostrar o partido como um ambiente seguro e renovado.
A filiação de Otto chamou a atenção por ser um artista vinculando sua carreira a um partido político.
Não deveria porque, pra falar a verdade, a única novidade em Otto estar filiado ao PT é ele nunca ter se filiado antes. A reação de muitos foi: "ele já não era do partido?".
Se não dá pra ignorar que a sigla esteve envolvida em quase todos os escândalos de corrupção das últimas duas décadas, o momento é de tentar fazer com que as pessoas acreditem que tudo mudou ao ponto de artistas hipotecarem suas imagens se filiando.
Por isso, a tendencia é que adesões como a de Otto se repitam com outros artistas nos próximos meses.
É preciso recuperar a imagem que se perdeu quando o PT deixou de ser a sigla de "intelectuais e artistas" e passou a ser o "partido da corrupção".
A polarização ajuda a fazer com que as pessoas se "alistem", como se estivessem indo à guerra.
Em março, quando Lula foi liberado pela Justiça, o número de novas filiações cresceu, do dia 8/3 até o dia 10/3 (discurso em São Bernardo do Campo), numa taxa de 800%. A comparação é com a semana imediatamente anterior, nos mesmos dias.
Mas, nos momentos em que Bolsonaro enfraquece, o interesse pelo PT também cai e alternativas estão sendo buscadas para "manter o espírito" de luta. Uma delas é a atração de artistas para se comprometerem na "batalha".
Só a polarização política pode devolver o PT ao patamar de dez anos atrás. Agora, sabendo disso, alguém realmente acredita que Lula e sua trupe têm interesse em impeachment?
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