Cena Política

Bolsonaro fala só para a própria bolha e cria problema com a própria base

FGTS, urnas eletrônicas e Petrobras são exemplos de guerras perdidas que o presidente insiste em lutar pra agradar seu cercado.

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Igor Maciel

Publicado em 16/05/2022 às 15:04
Análise
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Bolsonaro (PL) fala apenas para sua própria bolha, por enquanto. Em algum momento terá que ampliar o discurso, porque a bolha não será suficiente para vencer a eleição. A onda antipetista de 2018 não vai se repetir na mesma proporção.

No meio disso, as sinalizações da equipe econômica, completamente desconectada da realidade, explicam o motivo de Paulo Guedes ser uma das maiores decepções ainda "vivas" nesse governo.

Alguém acredita que o Congresso vai mexer nas regras do FGTS, reduzindo benefícios dos trabalhadores em pleno ano eleitoral?

A tentativa de levantar uma discussão sobre a privatização da Petrobras, faltando poucos meses para o momento em que 513 deputados e 27 senadores tentam a reeleição, também é insensata.

A patetice de tentar deslegitimar as urnas também estão nesse pacote de batalhas que não agradam o eleitor fora do cercadinho bolsonarista.

São exemplos de guerras perdidas que o presidente insiste em lutar pra agradar seu cercado.

Pesquisas já mostraram que a maior parte da população confia nas urnas. Não há maioria para aprovar uma privatização da Petrobras e a ideia de mexer no FGTS pode gerar um problema grande.

Objetivo é sinalizar que poderá fazer isso em um próximo mandato? Jeito estranho, porque joga setores da população contra o Congresso e deixa a própria base de mau humor, tendo que negar em público que isso esteja na pauta do Legislativo.

A equipe do presidente precisa pensar fora da bolha se quiser dar-lhe alguma chance nessa eleição. E não parece algo que eles saibam fazer.

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