Ciro Gomes (PDT) sabe que o print, a cópia da postagem que ele fez nas redes sociais colocando em dúvida a saúde de Lula (PT), é algo incontrolável.
Então, existe método no ato de escrever que o ex-presidente está “cada vez mais fraco fisicamente e psicologicamente” para depois apagar a postagem. Ele sabe que o conteúdo já havia sido copiado e seria espalhado. Apaga somente para sugerir que “respeita o petista” e não deseja entrar neste mérito.
Por mais que tenha apagado, o print serviu para que a campanha de Lula tivesse que explicar o motivo da rouquidão dele, detalhando até mesmo a frequência com a qual ele faz, ou não faz, sessões com uma fonoaudióloga.
A condição de saúde dos dois líderes das pesquisas é constantemente abordada nos bastidores. Lula por causa de um câncer enfrentado no passado. Bolsonaro (PL), por uma facada cujas consequências já o levaram a ser internado até porque comeu um camarão.
Ciro é o terceiro colocado e sabe que a desconfiança sobre a saúde de qualquer um dos adversários pode mudar o fluxo dos votos.
Ciro também aproveitou a imagem de Lula que, no debate, parecia demonstrar cansaço. A equipe do petista orientou que ele não se metesse em polêmica para não piorar a própria rejeição. Ele fugiu tanto da polêmica que se tornou apático. Não tinha açúcar nem sal. Ciro aproveitou para inflamar a desconfiança sobre a saúde dele.
Eleição é guerra e, diferente de Lula, o pedetista aprendeu como é a guerra nas redes sociais. Sem precisar de um Janones.
Apesar de Danilo Cabral (PSB) ser quem enfatiza sempre a parceria com Eduardo Campos em Pernambuco, Marília Arraes (SD) é quem tem feito campanha mais parecida com as que se acostumou a ver protagonizadas pelo primo, ex-governador morto em acidente aéreo em 2014. O programa dela no guia eleitoral busca a emoção do eleitor o tempo todo, com imagens simbólicas e falando bastante sem precisar falar muito.
É algo que o pernambucano via nas campanhas de Eduardo e não está presente ainda na campanha de Danilo. Há uma preocupação com a necessidade de apresentar o candidato, mostrar o que ele pensa, suas origens. Isso é importante, mas eleição no Brasil é uma convergência entre “eletricidade” e “conveniência”.
A emoção encontra os anseios do eleitor e, juntos, fazem “nascer votos”. Apresentar-se é importante e Marília errou no primeiro programa, na sexta-feira (26) ao não fazer isso.
Agora, Danilo talvez esteja “se apresentando” demais.
O candidato da Frente Popular, Danilo Cabral (PSB), foi entrevistado na sabatina que a Rádio Jornal Caruaru promove com os postulantes ao governo do estado. Danilo mostrou identificação com o Agreste. Para quem não sabe, ele é filho da região, nascido em Surubim. Com uma hora de entrevista, aproveitou bem o tempo e demonstrou conhecimento sobre os gargalos que o interior do estado possui na economia.
O que chama atenção, ainda, é o discurso de um futuro dependente demais do ex-presidente Lula (PT) vencer a eleição nacional. Paulo Câmara (PSB) teve dificuldade com todos os presidentes, de Dilma (PT) até Bolsonaro (PL), passando por Temer (MDB). Questionado sobre isso, garantiu que vai “trabalhar e dialogar com qualquer presidente”.
Outro sabatinado ontem foi André de Paula (PSD). A entrevista aconteceu na Rádio Jornal no Recife. O candidato ao Senado foi sincero sobre sua saída da Frente Popular, lembrou que ouviu promessas de Paulo Câmara (PSB) de que seria o candidato ao Senado em duas ocasiões, em 2018 e em 2020. Depois, elogiou o governador que, quando se viu impossibilitado pelos aliados de cumprir a promessa, lhe fez elogios públicos na saída.
André de Paula também fez muitos elogios à Marília Arraes (SD), sua candidata ao governo e pontuou que somente uma vez na História o candidato ao Senado vitorioso não foi o mesmo da chapa do governador que venceu o primeiro turno. Marília se encaminha, ao menos, para terminar o primeiro turno na liderança.
O que é bom para André.