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Cena Política

Quem deve se destacar na bancada federal pernambucana nesta legislatura

Confira a coluna Cena Política deste domingo (19)

Igor Maciel
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Igor Maciel
Publicado em 19/02/2023 às 0:01
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Congresso Nacional - FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Dos 25 deputados da bancada federal pernambucana, 13 foram reeleitos. A renovação foi de quase metade do grupo e os que chegaram agora pela primeira vez, ou voltaram à Câmara Federal, como Mendonça Filho (UB), sabem a importância de se afirmar na corrida por espaço em Brasília. Para não ficar no baixo clero, é preciso se movimentar e encontrar um propósito.

Silvio

Um bom exemplo recente é o de Silvio Costa Filho (Republicanos). Após um trabalho na Alepe, quando chegou a ser líder da oposição contra o PSB, Costa Filho conseguiu se eleger deputado federal e reorganizou alianças.

Tornou-se aliado dos socialistas e se fortaleceu na chegada à Brasília, mas sabia que não podia ficar apenas orbitando o PSB, porque o destino de quem faz isso é ser descartado na primeira oportunidade, como já aconteceu com muitos.

Resolveu abraçar a causa do municipalismo, atendendo aos anseios dos prefeitos que circulam pelos gabinetes do Congresso Nacional em busca de apoio para suas gestões. Ao mesmo tempo, aproximou-se dos presidentes, primeiro Rodrigo Maia e depois Arthur Lira (PP), sem se indispor com ninguém no processo, o que chama atenção já que a passagem de uma gestão para a outra não foi de todo pacífica.

Chegou ao ponto de ser cotado para disputar o Senado em 2022 e há quem aposte que ele disputará a Casa Alta em 2026.

Pedro

Pedro Campos (PSB), filho do ex-governador Eduardo Campos, é um dos que podem surpreender nesta legislatura também.

E no caso de um Campos-Arraes em Pernambuco, surpreender é ir além do que se vê como normal para um herdeiro político. É mostrar qualidade e maturidade, construindo uma trajetória própria.

A campanha de Pedro chamou a atenção por não explorar tanto o vínculo familiar e foi feita mais nas ruas do que por propaganda.

Quem o conhece diz que ele tem grande capacidade de se relacionar com a população, de maneira mais próxima, e tem muito futuro.

Lucas

Outro nome jovem que chama atenção na bancada federal é o de Lucas Ramos (PSB).

Quando surgiu o problema com a Transnordestina, já no governo Raquel Lyra (PSDB), enquanto o mundo político ainda estava aguardando mais informações antes de se pronunciar, Lucas se adiantou e colocou o assunto como prioridade de sua atuação, imediatamente, antes mesmo de a governadora convocar uma reunião para pedir apoio na batalha.

Entrevistado no programa “Conexão Recife-Brasília”, nas redes sociais do Jornal do Commercio, Ramos defendeu o ramal de Suape no projeto da ferrovia com fervor.

E a disposição não parou por aí. Colocou o próprio nome para ser um dos coordenadores da bancada federal e, “caso haja uma união de forças”, mostrou-se disposto até a disputar a prefeitura de Petrolina em 2024, sem poupar energia.

Mendonça

Outro que deve se destacar no grupo de pernambucanos desses quatro anos e precisa ser ouvido é Mendonça Filho (UB), nesse caso, pela experiência e pela articulação em Brasília.

Apesar de ter ficado quatro anos sem mandato, o ex-ministro da Educação e ex-governador nunca perdeu os vínculos com a rede de articulações que construiu e isso não é fácil. O normal para quem fica sem mandato é “afundar” longe dos holofotes.

Ter voltado como voltou e nunca ter se apagado já mostra que o deputado é feito de um “material diferente” e sua experiência pode ser muito bem aproveitada pelos mais jovens.

Maria

É preciso ter atenção também para a atuação de Maria Arraes (SD) e de Iza Arruda (MDB), nesse Congresso.

A primeira precisará mostrar que não é apenas uma extensão da irmã, Marília Arraes (SD).

O uso da palavra “mostrar” na frase anterior, e não “provar”, é proposital.

Quem já teve algum contato com as irmãs sabe que Maria tem personalidade própria e já vinha atuando politicamente há alguns anos nos bastidores e tem muito potencial. Precisa mostrar isso.

Iza

Já Iza Arruda foi uma surpresa dentro do MDB e uma promessa que pode ou não se desenvolver. A eleição dela tirou Raul Henry (MDB) que era um quadro muito importante da bancada nos últimos anos.

Para se destacar, precisará entrar em grandes discussões do estado e não correr o risco de se limitar a sua região, em Vitória de Santo Antão.

O caminho pode ser investir na história do MDB em Pernambuco, que não é pequena.

Futuro

Se a bancada pernambucana souber trabalhar em sintonia com as necessidades de Pernambuco, unindo forças no que interessa, para além dos interesses partidários, há muito futuro nesta legislatura.

O problema é que 2024 está chegando e as ambições eleitorais começam a colidir desde agora. Aguardemos.

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