Lula (PT) não ignora a necessidade de ceder espaços em seu ministério para partidos que podem entregar mais do que entregam hoje nas votações que estão por vir. Mas não quer fazer isso sob a tutela absoluta de Arthur Lira (PP).
O presidente petista entende algo básico sobre negociação: quanto menos você precisa, maior é sua vantagem.
A situação dele é diferente da de Bolsonaro (PL), em 2020, quando o centrão fez do então presidente, praticamente, um refém. O risco da época era o impeachment. Lira e Ciro Nogueira (PP) tomaram tudo o que podiam tomar e mandaram no governo.
Lula, ao contrário, ainda tem boa popularidade e a economia está descolando. Quanto mais o tempo passa e os índices econômicos melhoram, mais vantagem o petista alcança para negociar.
Exemplo: o preço dos ministérios era um com os juros em 13,75% e é outro com os juros em 13,25%.
A ironia é que Lula precisa agradecer não só ao ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT), mas também ao desafeto Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Por isso, o presidente que já voltou da última viagem dizendo que resolveria a reforma ministerial “imediatamente”, viajou de novo agora para passar 10 dias fora e avisou que só resolve a reforma ministerial quando voltar, outra vez.
Para completar, quanto mais o tempo passa, mais se aproxima o fim do mandato de Arthur Lira como presidente da Câmara. O tempo é aliado da vantagem de Lula e cada semana de enrolação antes de decidir sobre as mudanças ministeriais, ajuda o presidente a negociar cada vez mais com o s próprios partidos e menos com Lira.
Lula se atrapalhou muito na estratégia e na articulação no começo do governo. Agora, parece que está pegando o ritmo de novo.
O secretário de Infraestrutura de Pernambuco, Evandro Avelar, numa entrevista à Rádio Jornal esta semana, lembrou todo o período em que o estado foi prejudicado fazendo oposição ao presidente da vez.
A fala foi carregada de um cansaço característico de quem trabalha no serviço público há muitos anos e é obrigado a conviver com essas dificuldades criadas pela política.
Exceto pelo período em que Lula foi presidente com Eduardo Campos governador (4 anos) e o período em que Jarbas era governador com Fernando Henrique presidente (4 anos), além de um breve trecho do governo Joaquim Francisco, Pernambuco sempre esteve brigando com o morador do Palácio do Planalto. Ao menos nos últimos 30 anos.
Para quem só quer ver realizações e não está preocupado com o jogo de poder, isso cansa.
Tem uma obra que está finalmente entrando em nova fase amanhã, no interior, e é símbolo recente dessa perda de tempo. A Adutora do Agreste já deveria estar pronta e entregando água para os municípios da região. Não está funcionando em sua totalidade ainda por alguma questão técnica? Não.
Dona Maria, lá em Sanharó, e seu João, lá em Belo Jardim, estão sem receber a prometida água nas torneiras até hoje porque Eduardo Campos brigou com Dilma Rousseff (PT) e, depois, Paulo Câmara brigou com Michel Temer (MDB) e com Jair Bolsonaro (PL).
A briga é deles, o prejuízo é nosso, como sempre.
O advogado André Luiz Caúla Reis tomou posse como desembargador eleitoral substituto para compor a Corte do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) na última sexta-feira (4).
A solenidade foi comandada pelo presidente do TRE-PE, desembargador André Guimarães, que lembrou um fato curioso: a mãe do empossado, primeira mulher a ocupar o cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Helena Caúla, fez parte da banca examinadora que o aprovou no concurso do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), no início da sua vida profissional.