No total ,o Nordeste tem 27 senadores. Caso estejam à altura da representação que os eleitores confiaram aos seus mandatos, é preciso que montem acampamento na porta do senador Davi Alcolumbre (UB-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, até que ele concorde com a mudança no texto de Eduardo Braga (MDB-AM) em seu parecer da Reforma Tributária.
Braga restabeleceu a prorrogação de incentivos fiscais para o Nordeste, mas prejudicou Pernambuco e outros estados ao limitar o benefício a veículos elétricos. Somente a BYD, na Bahia, poderá aproveitar.
Alcolumbre quer ser, novamente, presidente do Senado. É um dos favoritos, mas não conseguirá ser eleito sem o apoio dos senadores do Nordeste, que representam um terço dos votos.
Pernambucanos
Independente disso, é dever dos senadores pernambucanos levantar essa bandeira. Fernando Dueire (MDB), Teresa Leitão (PT) e Humberto Costa (PT) precisam bater de porta em porta e ajudar com a pressão para que os empregos gerados por essas empresas não se percam.
Em entrevista à Rádio Jornal, na quinta-feira (26), a governadora Raquel Lyra (PSDB) afirmou que somente a Jeep, com as indústrias que fazem parte do sistema dela e também se instalaram em Pernambuco, geram cerca de 20 mil empregos. Há indústrias no Agreste que também serão prejudicadas.
Movimentando
Na entrevista, Raquel disse que já teve um primeiro contato com o senador Eduardo Braga e que ele pareceu sensível à situação. Ela também enviou ofício ao presidente da República e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A votação está marcada para o dia 7 de novembro na CCJ e 9 de novembro em plenário.
Sempre brigando…
Acontecer uma eleição sem que o PT brigue internamente seria uma novidade. No Recife, não será em 2024. O partido já está em conflito interno desde agora.
Os integrantes do diretório municipal, principalmente os que têm cargos na Prefeitura do Recife, querem apoiar João Campos (PSB) em sua reeleição. O restante quer discutir melhor e esperar mais tempo antes de tomar qualquer decisão.
…como nunca
Na última reunião do grupo petistas que discute a eleição do Recife, Campos teria chegado a agendar presença, quando iria receber apoio oficialmente para a eleição. De última hora, foi orientado, inclusive por petistas, a esperar mais.
É que não havia consenso e a situação criaria um problema grande com a Direção Nacional do PT. E com Lula (PT).
Lula manda
Acontece que, no final de setembro, dentro de um guia prático com critérios para serem seguidos no planejamento das eleições, o PT determinou que as decisões sobre candidaturas e apoio a candidatos de outros partidos, em municípios com mais de 100 mil habitantes, cabem exclusivamente à Comissão Executiva Nacional.
Os grupos municipais podem dizer o que pensam, mas não terão palavra final. João Campos corria o risco de aparecer recebendo apoio e depois passar pelo constrangimento de Gleisi Hoffmann (leia-se Lula) mandar suspender tudo.
Influência
O texto guia ainda define que nos municípios com menos de 100 mil habitantes a decisão cabe à Executiva Estadual. Portanto, a municipal não tem poder nenhum para declarar apoio a qualquer candidato. Quem confiar nisso, pode se complicar depois.
E daí se entende também a preocupação do senador Humberto Costa (PT) em fazer duas declarações na entrevista que deu à Rádio Jornal esta semana: a primeira, de que o apoio no Recife terá que ser definido de acordo com uma negociação nos outros municípios de Pernambuco. E a segunda, referente à Frente Popular, quando disse que ela “está morta” na configuração que existia.
Negociação
Acontece que a grande maioria dos municípios do estado têm menos de 100 mil habitantes e a Executiva Estadual precisa decidir sobre todos eles. O apoio em Recife é carta importante na negociação das outras cidades com o PSB.
E, além disso, é preciso observar quem mais, da antiga Frente, vai ficar com João Campos para a reeleição. O PSD já saiu, o MDB pode sair e o PDT, sentindo-se preterido para o futuro, anda calculando suas possibilidades fora do palanque.