Cena Política

As "escolhas" petistas de João Campos para colocar na vice

Confira a coluna Cena Política desta quarta-feira (14)

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Igor Maciel

Publicado em 13/02/2024 às 20:00
Análise
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Apesar da teimosia de alguns blocos que ainda desfilam nesta quarta-feira (14), o carnaval terminou e o ano, finalmente, poderá seguir sem maiores interrupções. Por falar em teimosia, João Campos (PSB) e o PT, teimosos entre si, parecem ter chegado a um ponto comum: estarão juntos na eleição de 2024. As condições para esta aliança é que ainda não estão definidas.

"Fãs" de Lula

Os petistas querem a vice na chapa e já entram na definição do nome que iria compor o palanque do socialista. João ainda desconversa. Ao longo das últimas semanas, o PSB tentou jogar alguns nomes, do próprio PSB, para agradar o PT. “Fulano é do PSB, mas foi secretário de vocês”. “Beltrano é do PSB, mas é fã de Lula desde criancinha”. Nenhum argumento adiantou.

Verdade

O problema é que a escolha é de João, no fim das contas, mas o PT sabe que se colocar um socialista com cara de petista ele sempre será socialista. Por isso afunila a conversa para dois nomes que surgem mais fortes agora: Mozart Sales e Carlos Veras.

Petistas

Os dois, Sales e Veras, são petistas raiz e muito ligados a grupos específicos do PT estadual. O primeiro é o preferido da senadora Teresa Leitão (PT). O segundo é o nome do senador Humberto Costa (PT). Cada um tem sua força específica.

Mozart

Mozart é o preferido de Teresa e também do PT nacional, por causa do apoio que ele tem de Gleisi Hoffmann (PT) e de Alexandre Padilha (PT), ela presidente nacional do partido e ele ministro das Relações Institucionais.

Veras

Por outro lado, Carlos Veras tem o apoio de Humberto Costa e algumas outras vantagens. O fato de ser deputado ajuda, porque seus votos acabam se tornando um argumento para reforçar outras candidaturas em 2026. Outro fator é o perfil tranquilo do parlamentar e o histórico livre de qualquer polêmica.

PF na porta

Mozart Sales já foi alvo de uma operação da Polícia Federal, em 2015, na época em que era diretor da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), por suspeita de envolvimento com organização criminosa especializada em direcionar licitações e desviar recursos públicos. Ele nunca chegou a ser condenado e nem preso, mas é algo que pode ser utilizado na campanha e atrapalhar João Campos, por exemplo.

Implodir

Se for confirmado o PT na vice de João Campos, fica ainda mais difícil também que ele saia em 2026 para disputar o governo. Sair e entregar a prefeitura ao PT, sem ter certeza de que irá virar governador, ainda mais disputando com uma candidata que vai para a reeleição, é um risco que ninguém imagina que ele irá correr. Bastaria uma derrota nessas condições para implodir o PSB em Pernambuco.

Calma

O plano mais inteligente, nesse caso, seria terminar o mandato na prefeitura e correr o estado por dois anos, ampliando as bases para uma disputa somente em 2030. Aí sim, dependendo da segunda gestão na prefeitura, ele vai com grandes chances de vitória.

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