Cena Política

O PSDB encolheu no Brasil e pode voltar a crescer pelas prefeituras

Confira a coluna Cena Política desta sexta-feira (15)

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Igor Maciel

Publicado em 14/03/2024 às 20:00
Análise
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O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, falou com a Rádio Jornal na quinta-feira (14), no programa Passando a Limpo, e deixou bem clara a posição do partido no Congresso, em relação ao governo Lula (PT): oposição.

Foi uma resposta às declarações da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) que conversou sobre o assunto recentemente com Perillo. “Defendi uma postura de independência do PSDB, dada a necessidade de um esforço nacional para o país voltar a crescer de maneira sustentável”, explicou Raquel há alguns dias.

O presidente do PSDB demonstrou entender a posição da governadora, mas não mudou de ideia. “Fui governador do meu estado (Goiás), convivi com Lula e com Dilma (PT) como presidentes, e sei como é isso. Governo não faz oposição a governo. Mas o PSDB seguirá tendo posição crítica ao governo Lula, embora não façamos oposição da cintura pra baixo e nunca ficaremos contra o que é bom para o país. Mas somos oposição”.

Erros

Perillo descreveu um roteiro de todos os erros que foram cometidos pelo PSDB ao longo das últimas duas décadas. Reclamou de quando esconderam Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na eleição de 2002, de quando o partido se dividiu na eleição de 2006 e de 2010, de quando Aécio Neves (PSDB) quase ganhou em 2014, quando Alckmin foi abandonado em 2018 e de quando o partido decidiu tomar a terrível decisão de não lançar um nome em 2022, o que fez a bancada encolher. Disse que agora tudo será diferente e, desde já, garantiu um candidato tucano em 2026.

Se nada mudar, deve ser Eduardo Leite (PSDB), atual governador do Rio Grande do Sul.

Serão 50

Em Pernambuco, Perillo confirmou que haverá “candidaturas competitivas” em ao menos 50 cidades para a eleição de 2024. O número é expressivo, considerando que o PSDB só elegeu cinco prefeitos em 2020. Reforçado pela governadora Raquel Lyra, o partido deve ser o que mais vai crescer por aqui.

Mas, se ela trocar de sigla no futuro, todo mundo vai embora junto.

Dependência

Por mais que o PSDB, atualmente, faça jogo duro com Eduardo Leite e com Raquel Lyra, já que os dois eram, respectivamente, presidente e vice-presidente nacional do partido e deixaram os postos, algo que ficou cada vez mais claro durante a conversa é que o PSDB precisa muito mais dos dois governadores do que eles do PSDB.

Após as eleições de 2024 é que as cartas vão estar sobre a mesa.

Tecnologia e política

O professor e cientista Silvio Meira, a jornalista Rosário Pompéia e o diretor de redação do Jornal do Commercio, Laurindo Ferreira, protagonizaram uma discussão importante para as eleições deste ano sobre o uso de tecnologia, incluindo a Inteligência Artificial.

O consenso entre todos é que estamos vivendo um período de transição e isso assusta, mas não deveria se pudermos usar essas tecnologias para o bem. “O que assusta é a velocidade dessa transição”, explicou Silvio Meira.

Debate real

Um dos grandes desafios das próximas campanhas eleitorais para prefeitos é transformar a tecnologia num poderoso instrumento agregador de todo legado tecnológico, inclusive usando a Inteligência Artificial, para focar no debate sobre carências e desafios das cidades.

“Não é simplesmente desconhecer ou até proibir o uso desse legado tecnológico, mas potencializá-lo a favor da participação do cidadão”, comentou Laurindo Ferreira.

Fugir do ridículo

Um ponto importante, segundo Rosário Pompéia, é observar as agendas das campanhas e ter cuidado para não ficar preso em assuntos que não tem nada a ver com as necessidades da população. É preciso saber como usar a tecnologia e ver o que realmente importa para a população.

“Um político fala que gosta de uma comida e aquilo viraliza. De repente todos começam a fazer igual e dizer que gostam da mesma comida, em busca de seguidores. Mas pode acabar ficando ridículo e terminar em prejuízo”, explica a jornalista.

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