Cena Política

Os móveis vindos "do nada" e uma Gleisi Hoffman para o Recife chamar de sua

Confira a coluna Cena Política desta sexta-feira (22)

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Igor Maciel

Publicado em 21/03/2024 às 20:00
Análise
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A dinâmica de um palácio como o Alvorada, residência dos presidentes brasileiros, é diferente de um apartamento ou de uma casa comum, no qual tudo se encontra, cedo ou tarde.

Dá-se o desconto, mas verdades precisam ser ditas: acusar alguém de sumir com 261 móveis, como fez o governo Lula, antes de esgotar a busca em todos os cômodos do palácio foi má-fé.

Divulgar isso em rede nacional, como foi feito no início dessa gestão, é divulgar informação falsa, fake news. E isso é feio, independente da ideologia política.

Custo alto

No meio de tudo, ainda gastar centenas de milhares de reais de dinheiro público com mobília nova, é desrespeito com o contribuinte.

Se o Brasil fosse um país sério, as responsabilidades deveriam ser apuradas e o custo desnecessário com mobília seria cobrado das pessoas físicas devidas.

Gleisi recifense

Recife é uma cidade com problemas estruturais, sociais e econômicos de todos os tipos e tamanhos. Se os nobres vereadores da cidade estiverem dispostos, basta abrir os jornais por alguns minutos todos os dias e não faltarão temas importantes para discussão.

Quando os parlamentares se ocupam em discutir sobre títulos de cidadão para figuras que nada tem a ver com a cidade, como Gleisi Hoffmann, a impressão é que não há nada para fazer.

Se a pauta está tão tranquila, talvez seja a hora de questionar quanto o contribuinte gasta para manter o legislativo do Recife e a efetividade desse dinheiro.

Urgência

O projeto de decreto legislativo dando um título de cidadã à presidente do PT foi lido na reunião ordinária de terça-feira (19) e agora terá a dispensa dos prazos regimentais. Vai tramitar em regime de urgência.

Aposto que se tiver alguns poucos minutos você consegue pensar em ao menos outras dez prioridades que poderiam estar sendo tratadas pela Câmara do Recife com esse regime de urgência, mas não terão a mesma atenção e pressa. Bem vindo ao Brasil em ano eleitoral.

Buraco sem caneta

Talvez a questão seja o fato de os problemas da capital pernambucana não serem presidentes de partidos importantes.

Se os buracos, os alagamentos e o trânsito caótico da cidade pudessem fazer indicações partidárias e distribuir verbas eleitorais com uma canetada, quem sabe, teriam a mesma atenção por aqui.

Guimarães

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), era o líder da gestão Dilma Rousseff (PT) quando ela sofreu o impeachment. Ficou conhecido, por não “dourar a pílula” e nem esconder a gravidade da situação.

Quando a votação pelo impedimento da presidente ainda nem tinha terminado, ele já admitia que não havia como reverter e o impeachment seguiria.

Agora, chamam atenção os elogios e agradecimentos ao deputado Mendonça Filho (UB), da oposição, após a aprovação do Novo Ensino Médio na Câmara.

Foi pesado

Foi ainda mais curioso porque, poucos dias antes, Mendonça e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), quase foram às vias de fato numa discussão que teve até tapa na mesa.

Antes disso, o governo trabalhou fortemente para evitar que o pernambucano fosse escolhido como relator da matéria. A escolha de Mendonça aconteceu como uma resposta de Arthur Lira (PP), presidente da Casa, querendo dar uma “lição” em Lula.

“Paciência”

No fim, com a aprovação, Guimarães agradeceu ao deputado pernambucano pela “paciência” em discurso no plenário. “A minha manifestação agora, em nome do governo, é para te agradecer e te elogiar a paciência e a construção coletiva que você fez com o ministro Camilo Santana. Quero fazer essa manifestação de público. E resultou nesse trabalho que deve ser elogiado pelo Brasil”, disse o líder do governo na Câmara dos Deputados.

Para lidar com o atual governo Lula (PT), a paciência tem sido fundamental. É bom que o líder da base esteja ciente disso.

O difícil, foi

Mendonça Filho conversou com a Rádio Jornal, no programa Passando a Limpo da quinta-feira (21). Para ele, a fase mais difícil passou.

O texto do Novo Ensino Médio deve passar pelo Senado e chegar para a sanção presidencial em breve. A mudança foi originalmente aprovada em 2017, quando Mendonça ainda era ministro da Educação, e o governo Lula travou sua implementação em 2023.

Prejuízo

A proposta tem como objetivo melhorar a qualidade e capacitar melhor os alunos, enquanto diminui a evasão e o desinteresse dos estudantes.

Vale uma pergunta sobre a falta de agilidade do poder público para atender à população: contando de 2023 até agora, quantos estudantes que poderiam ter sido beneficiados deixaram de aproveitar as mudanças?

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