O tão falado encontro de Raquel Lyra (PSDB) com Guilherme Boulos (PSOL), que teve foto circulando ontem na mídia de Pernambuco, ocorreu em Brasília no dia em que a governadora foi à capital representando os governadores do país para o anúncio do PAC Seleções.
O curioso é que, segundo uma fonte no Palácio do Campo das Princesas, quem fez a imagem com um celular foi um integrante da equipe do prefeito João Campos (PSB) que também estava por lá.
Pauta
Créditos fotográficos à parte, o que realmente importa é que a conversa aconteceu. Esta fonte, que também estava no restaurante, não soube dizer a pauta exata entre Raquel e Boulos mas tudo aponta para dois assuntos, principalmente: a possibilidade de o PSDB apoiar a adversária do psolista, Tábata Amaral (PSB), em São Paulo. E a possibilidade de Túlio Gadêlha (Rede) ser candidato no Recife.
São Paulo
Tábata, que é deputada federal e adversária de Boulos, tenta fortalecer seu palanque com o PSDB, atraindo a centro-direita paulistana, que rejeita Boulos.
O movimento dos tucanos em São Paulo, aliás, está entre o errático e o confuso, com boas pitadas de incoerência. O ato mais recente foi filiar o apresentador José Luiz Datena, que estava no PSB com o objetivo de ser vice de Tábata.
Mas nem o partido, nem Datena, nem Tábata e ninguém confirma que ele será mesmo o companheiro de chapa.
Prevendo o risco, Boulos busca vozes importantes no PSDB para evitar o prejuízo.
Recife
No que diz respeito a Túlio Gadêlha, não é segredo para ninguém que Raquel busca um ambiente com múltiplas candidaturas para tentar enfraquecer João Campos no primeiro turno do Recife e adiar o resultado para uma segunda votação em outubro. Para essa estratégia, somente Daniel Coelho (PSD) e Gilson Machado (PL) podem não ser suficientes.
Por isso o incentivo para o desejo de Túlio. Hoje, o grupo PSOL/Rede tem posta a candidatura da deputada Dani Portela (PSOL). Como é o PSOL quem manda na federação, só Boulos poderia influenciar numa mudança.
Adversária?
E por que Dani Portela não é uma opção para Raquel? Além de ser líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, o Palácio vê a candidatura dela como auxiliar à candidatura de Campos, sem qualquer antagonismo real.
Os dois, Boulos e Raquel, saíram da conversa sem conclusões, segundo a coluna apurou. Mas novas conversas podem acontecer.
Dando plantão
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), está de prontidão em Brasília neste fim de semana dando suporte ao Governo Federal nas ações para socorrer o Rio Grande do Sul.
O titular da pasta se reunirá no início da semana que vem com o governador Eduardo Leite (PSDB) para ampliar o plano emergencial que sua pasta já colocou em prática naquele estado.
Protagonismo
Silvio tem chamado atenção no Planalto pela capacidade de encontrar protagonismo, mesmo estando em uma pasta que até pouco tempo, na gestão do seu antecessor, Márcio França (PSB), era considerada periférica e burocrática.
Com boa capacidade de articulação, que já havia demonstrado no Congresso, Silvio driblou a pouca visibilidade da pasta fazendo parcerias com outros ministérios em todas as ações nas quais é possível colocar um aeroporto ou um porto “dentro da conversa”.