A união que Raquel Lyra usou como tom para os prefeitos no Recife

Ninguém precisa ser amigo ou se filiar aos mesmos partidos. É até bom que isso não aconteça. Mas toda união com bons propósitos gera bons frutos.

Publicado em 04/07/2024 às 20:00

A governadora Raquel Lyra (PSDB) pode até não estar tendo a relação que alguns deputados na Alepe esperavam que ela tivesse. Mas o discurso da chefe do executivo estadual com os prefeitos de Pernambuco, durante solenidade de entrega de ônibus escolares, nesta quinta-feira (4), foi um samba de várias notas em cima de um tom único: “união”.

E tem razão de ser.

A bancada lá

Para começo de conversa, apesar da insistência de alguns em fazer parecer que o clima entre o Palácio do Campo das Princesas e a Alepe está no mesmo nível de tensão que esteve em 2023, o que se viu nesse evento foram mais de 20 deputados estaduais, sentados, tranquilos, reagindo ao discurso da governadora com aplausos e sorrisos. E olha que a Alepe está em recesso.

Os deputados poderiam estar viajando de férias, mas foram prestigiar a solenidade da governadora.

Barulho de isopor

De verdade, o que parece é que o grupo de oposição, atuante como não se via há muitos anos, é pródigo em transformar num terremoto o que não passa de tremelique. Qualquer falha de interpretação em ofício institucional vira “crise entre poderes”.

Fazia tempo que os pernambucanos não tinham uma oposição no estado. Mas é assim que funciona. Tendo bom ritmo, basta um pedaço de isopor e se faz carnaval. O PSB conhece o ritmo e sabe fazer barulho. O reforço do presidente da Assembleia acaba ajudando os socialistas.

Lula lá e cá

Mas no discurso da solenidade em que citou cada um dos mais de 20 deputados presentes, Raquel repetiu a palavra união com o mesmo sentido que ouviu de Lula (PT). Isso chamou a atenção.

A governadora fez questão de repetir o pensamento sobre trabalhar junto independente do partido político. O mesmo que ela ouve sempre do presidente foi o que os prefeitos escutaram no Palácio. É a senha para a distribuição de verbas entre os municípios do estado.

Lei eleitoral

O detalhe é que foi o último encontro formal em solenidades, de muitos desses prefeitos, neste mandato, com a governadora Raquel Lyra. Por causa da lei eleitoral, os gestores que serão candidatos não podem mais participar de solenidades oficiais e ficam mais limitados para estarem presentes em alguns anúncios.

A governadora até brincou, disse para que os gestores não se acomodassem e separassem terrenos para construção de creches, corressem com suas próprias demandas, que ela estaria lá para atendê-los dentro do prazo legal. Bom sinal.

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União

Independente de ser algo defendido por Lula ou por Raquel, independente de ser algo construído sob uma bandeira ideológica, econômica, desenvolvimentista ou liberal, é preciso quebrar a polarização política e suplantar interesses pessoais para fazer valer o que o Brasil, Pernambuco e os municípios têm de mais importante, que é o seu povo.

Fiepe

De passagem pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, nesta quinta-feira (4) para uma visita, o novo presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco, Bruno Veloso, falou exatamente sobre esse requisito da união de todos para que o Brasil volte a crescer com mais volume.

Araripe

Em Araripina, por exemplo, há um trabalho de implantação da oferta de gás natural para a indústria gesseira da região que reúne Fiepe, Copergás e Banco do Nordeste.

Os produtores locais precisam da energia gerada pelo gás, para usar essa nova fonte de energia precisam de convênio com o BNB para transformar o maquinário de suas indústrias, o uso do gás irá ajudar na recomposição do meio-ambiente, porque substitui a lenha.

Frutos

A Fiepe presidida por Veloso, o Banco do Nordeste presidido pelo ex-governador Paulo Câmara e a Copergás comandada, no topo, pela governadora Raquel Lyra, podem mudar a realidade local no Sertão do Araripe.

Ninguém precisa ser amigo ou se filiar aos mesmos partidos. É até bom que isso não aconteça. Mas toda união com bons propósitos gera bons frutos.

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