CNJ afastará desembargador que se recusou a usar máscara e humilhou guarda civil

Leia a opinião de Cláudio Humberto
JC
Publicado em 13/08/2020 às 6:36
PANDEMIA Eduardo Rocha, que estava sem máscara, humilhou guarda Foto: REPRODUÇÃO


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) marcou para o dia 25 a sessão de julgamento do caso do desembargador Eduardo Siqueira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que se recusou a usar máscara, ao caminhar na orla de Santos, e ainda humilhou o guarda civil que o abordou. Integrantes do CNJ confirmaram ao jornalista Pedro Campos, da Rádio Bandeirantes, que será aberto procedimento contra o desembargador.

Conselheiros do CNJ também apostam que o colegiado promoverá o afastamento imediato de Siqueira de
suas atividades no TJSP. O corregedor nacional, ministro Humberto Martins, avalia se Siqueira cometeu
crime de “carteirada”, previsto na Lei de Abuso de Autoridade. Enquanto o Tribunal de Justiça mantém
constrangedor silêncio sobre o caso, o Ministério Público de São Paulo também denunciou Siqueira.

Da boca pra fora

Empresário de sucesso, habituado a ver suas decisões cumpridas sem demora, Salim Mattar fez um intensivão de política e sobre “a vida como ela é” na gestão pública, quando chefiou a Secretaria de Desestatização e Privatização do governo Bolsonaro. Há mais de 30 anos ele é privatista militante, em defesa do extermínio das estatais, mas agora Mattar sabe que, em governo, não basta querer. Precisa combinar com os “russos” do Congresso, da Justiça, da pelegada, dos lobistas, dos fornecedores... Mattar agora sabe: Rodrigo Maia elogia privatizações em palestras para empresários paulistas, mas é quem as inviabiliza na Câmara. Mattar agora sabe: quando se trata de estatais, políticos só pensam na melhor maneira de ocupar as diretorias com apadrinhados subornáveis. Mattar agora sabe: o governo não nos obriga a sustentar “apenas” 134 estatais, como se dizia, mas 698, quase todas imprestáveis e deficitárias. Mattar agora sabe: empresa privada tem seus encantos. Mas ele não retomará a gestão da sua Localiza. Vai se dedicar ao Instituto Liberal.

 

Agradou

Após culpar Edson Fachin, relator da Lava Jato, pela morte do ex-deputado Nelson Meurer de covid na prisão, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) se cacifou para virar líder do governo na Câmara. Agradou
também ao Planalto sua coragem de criticar o “lava-jatismo”.

Animador

O ex-secretário de Privatizações Salim Mattar contou ontem a orientação que recebeu do presidente Jair
Bolsonaro, no começo do governo: “à exceção de Caixa, Banco do Brasil e Petrobras, pode privatizar tudo.”

Lorota

Os “desinformados”, como o general e ministro Augusto Heleno chama alguns jornalistas criativos que
atuam em Brasília, agora atribuem aos “ministros generais” a defesa do fim do teto de gastos. É só outra lorota.

Sonho sonhado

A venda das estatais renderia ao Tesouro Nacional mais de R$1 trilhão, suficientes por exemplo para cobrir
toda a despesa com a pandemia de covid-19. Mas os políticos amam estatais, seus cargos e seus negócios.

De olho

Está na pauta de sexta (14) do STF ação que pode garantir economia de R$6,54 bilhões a empresas, caso os
ministros votem por retirar o ISS do PIS/ Cofins, como aconteceu com o ICMS. Mas suas excelências adoram impostos. É o que sustenta as regalias e privilégios do setor público.

Consumo

Levantamento da Fecomercio-SP mostra que do total de R$ 190 bilhões liberados pelo auxílio emergencial
contra os efeitos da pandemia no Brasil, R$151 bilhões tiveram como destino o consumo varejista.

Frase

Esforço despendido versus resultados obtidos, a conta foi negativa”, Salim Mattar explicando sua demissão
da Secretaria de Desestatização e Privatização

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