Manutenção do veto de Bolsonaro mostra a força do "centrão" e o tamanho da oposição

Leia a opinião de Cláudio Humberto
JC
Publicado em 21/08/2020 às 6:49
FRENTE Deputado evangélico disse que valor da anistia era pequeno se comparado ao apoio da bancada Foto: AGÊNCIA CÂMARA


Choque de realidade

A manutenção do veto a reajustes para servidores públicos pelo placar de 316x165 votos mostrou a força do
“centrão”, na base de apoio ao governo, e reafirma o tamanho real da oposição. Mas também mostrou a força da sociedade, que se manifestou rapidamente contra a decisão irresponsável de 42 senadores, na quarta (19), aplicando um “choque de realidade” na Câmara em relação ao esfolado pagador de impostos, que perdeu o emprego, a empresa ou teve salário e o faturamento reduzido. Mantido o veto, os governadores e prefeitos não poderão fazer farra com o dinheiro da Saúde, mas eles se livraram da pressão de sindicalistas. A pelegada, que vive de garimpar penduricalhos, enviou mensagem aos deputados alegando uma surrada mentira: o veto “prejudica o pequeno”. A fala de Bolsonaro de que seria “impossível governar” e o alerta de Paulo Guedes sobre o impacto de R$130 bilhões foram fundamentais. O duro editorial do Grupo Bandeirantes, apontando a irresponsabilidade do Senado, calou fundo e foi decisivo na decisão da Câmara pró-veto.

Voto direto avança na OAB

A comissão de Avaliação do Sistema Eleitoral da OAB aprovou voto direto para eleição do presidente e
dirigentes da entidade, acolhendo proposta da OAB do Mato Grosso do Sul. Ainda há um longo caminho
pela frente, até porque o grupo que controla a entidade, liderado pelo ex-presidente Marcus Vinícius Furtado
Coelho, deve manobrar para impedir a alteração do Estatuto da OAB, reconhecendo o direito de eleger pelo
voto seus representantes aos mais de 1 milhão de advogados inscritos. A proposta do voto direto será levada ao pleno do conselho federal da OAB. Se os conselheiros aprovarem, inicia-se o processo legislativo. A implantação do sistema de voto direto vai permitir a escolha dos integrantes da diretoria do conselho federal, incluindo o presidente. Para o presidente da OAB-MS, Mansour Karmouche, autor da proposta, o voto direto vai conferir 'plenitude da democracia em nossa instituição'.

Pauperismo

O ministro Gilmar Mendes disse que o número recorde de ações que o partido Rede emplacou no STF 'diz
bem dos argumentos de sua área jurídica'. Este é o ponto: juristas observam que, apesar do pauperismo das alegações, o Rede consegue o que quer. O buraco é mais em cima.

Foi mal

Rodrigo Maia fez mea culpa ontem por haver colaborado para aprovar o truque que transformava em salário
o dinheiro para Saúde, vetado pelo presidente. Ele diz que 'não fazia ideia' da gravidade da medida.

STF

O ministro Marco Aurélio expõe o esquema estabelecido no STF: 'O Supremo está sendo utilizado pelos
partidos de oposição para fustigar o governo. Isso não é sadio. Não sei qual será o limite'. Tiro certeiro.

Daciolo

Cabo Daciolo, quem se lembra?, deve virar o fenômeno eleitoral na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Ele se beneficia do 'recall' da eleição presidencial e do senso de humor do carioca.

MDB x MDB



Apesar de o MDB orientar senadores a votarem a favor do veto ao aumento a servidores, Jarbas Vasconcelos
(PE) José Maranhão (PB), Renan Calheiros (AL) e Simone Tebet (MS) votaram contra o governo.

Xadrez

Ao apresentar credenciais, esta semana, o embaixador Daniel Scioli presenteou o presidente a Jair Bolsonaro com um tabuleiro de xadrez cujas peças foram esculpidas por artesãos argentinos.

Frase

Quanto mais custa o Estado, mais punido é o cidadão', Rodrigo Maia, presidente da Câmara, em defesa da
manutenção do veto de Bolsonaro.

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claudio humberto Coluna política
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