OPINIÃO

A hipocrisia de políticos que promoveram campanhas e condenaram o Carnaval

Leia a opinião de Cláudio Humberto

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 15/02/2021 às 7:55
BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM
Frevo - FOTO: BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM

Campanha e Carnaval: hipocrisia

A hipocrisia foi o tom adotado por dezenas de prefeitos e governadores para cancelar os pontos facultativos e ameaçar prender, multar e acusar de “crime contra a saúde pública” quem ousar se reunir no Carnaval. Isso porque quem agora ordena que todos fiquem em casa, são os mesmos que estimularam aglomeração em todos os municípios do país durante a campanha eleitoral, com comícios, carreatas e as caminhadas bianuais. A situação ainda é grave e a aglomeração não é recomendada, não tenha dúvida, mas a desfaçatez dos políticos impressiona cada vez mais. O governador João Dória, que hoje ameaça prender organizadores de festas em São Paulo, nada falou dos comícios do prefeito Bruno Covas. Como medidas semelhantes foram adotadas por políticos de todos os partidos, a hipocrisia se mostrou mais contagiosa que a própria covid.

85,7% são contra soltura

Levantamento nacional realizado pelo instituto Paraná Pesquisa para esta coluna e o site Diário do Poder mostra que 85,7% dos brasileiros são absolutamente contrários à liberação de presos ou afrouxamento de detenção a pretexto da pandemia de coronavírus. Apoiam a medida apenas 8,6% do total. Não opinaram 5,6%. Milhares foram soltos sob “temor” de contaminação de covid, por recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle do Poder Judiciário. Mais de cinco mil presos foram soltos somente em São Paulo, no ano passado. As estimativas do total no País chegam a 15 mil casos. A libertação em massa de presos beneficiou até bandidos de alta periculosidade, incluindo chefes do crime organizado nas prisões. Em São Paulo, chefe do PCC fugiu após ser solto alegando “asma”. Só depois descobriram que ele nunca havia pedido remédios para a doença. O Paraná Pesquisas entrevistou 2026 brasileiros em 194 municípios dos 26 estados e no Distrito Federal, entre os dias 8 e 12 de fevereiro.

Tucano p/ 2022

A trapalhada de Joao Doria fez o PSDB demonstrar que o governador de São Paulo está longe de ser o preferido dos tucanos para disputar a presidência da República. E fez o partido olhar para dentro, à procura de alternativa competitiva. Encontrou o governador gaúcho Eduardo Leite.

CPI no telhado

O Planalto avalia que o ministro Eduardo Pazzuello (Saúde) no mínimo “plantou a dúvida” entre os que tinham certeza de que ele foi negligente no Amazonas. Por nisso acha que o pedido de CPI subiu no telhado.

Prato servido

Fiel ao princípio de que vingança é prato que se come frio, o “PSDB raiz” finalmente deu o troco em João Doria, que em 2018 deixou Geraldo Alckmin pendurado na broxa para faturar votos no “Bolsodoria”.

Vale-tudo

Acionista majoritário da Ericsson, gigante sueca que deseja emplacar sua tecnologia 5G no Brasil, Marcos Wallemberg prometeu se empenhar pessoalmente para que o laboratório AstraZeneca, do qual também é o maior sócio, aumente o envio de vacinas para o Brasil.

Disciplinado

Hamilton Mourão é um soldado cuja disciplina deveria ser reconhecida por Bolsonaro. Hostilizado pelos filhos do presidente, xingado nas redes sociais e chamado de “palpiteiro”, disciplinadamente não reage. Ele sabe que responder no mesmo tom provocaria uma crise sem volta. E grave.

Pós-Carnaval

Com o contrato de 1.419 profissionais de saúde expirando no dia 28, o TCU deu cinco dias úteis para que o Ministério da Saúde informe as medidas adotadas para manter os leitos em hospitais federais no Rio.

Frase

"Demonização da Lava Jato em virtude dos diálogos hakeados é oportunismo” - Janaína Paschoal ao lembrar que não houve fabricação de provas e os crimes ocorreram

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