Opinião

O esporte preferido do brasileiro, há muito tempo, é reclamar do Brasil. Não poderia ser diferente na vacinação

Assim, mais de 102 milhões de pessoas vacinadas viram motivo de desdém, apesar de equivalerem a 48,7% da população, mais que os EUA quando flexibilizaram medidas de isolamento e tornaram facultativo o uso de máscara. Leia a opinião de Cláudio Humberto

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 29/07/2021 às 6:38 | Atualizado em 29/07/2021 às 7:19
FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
A vacinação para o público em geral no Recife está em 23 anos - FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

Brasil acelera vacinação

O esporte preferido do brasileiro, há muito tempo, é reclamar do Brasil e não poderia ser diferente na vacinação. Assim, mais de 102 milhões de pessoas vacinadas viram motivo de desdém, apesar de equivalerem a 48,7% da população, mais que os EUA quando flexibilizaram medidas de isolamento e tornaram facultativo o uso de máscara. Em aceleração, o Brasil deve ultrapassar em duas semanas os EUA que vacinaram 56,5%. A diferença de desempenho dos dois países é de 8 pontos percentuais. Enquanto os EUA vacinaram apenas 2,3% da população em julho (de 54,2% a 56,5%), Brasil deu um salto de 13,1% (de 35,6% a 48,7%). Segundo o Our World in Data, os EUA aplicaram cerca de 580 mil doses por dia na última semana, enquanto a média no Brasil é de 1,45 milhão. Apesar dos negacionistas da vacinação, o Brasil fez despencar a média de mortes para 1.070, a menor desde fevereiro. Ministério da Saúde já disponibilizou 171,3 milhões de vacinas, suficiente para aplicar ao menos uma dose em toda a população adulta do país.

Trabalho renasce baseado em lorota

O Ministério do Trabalho foi recriado com base em uma lorota, a de que será sua missão estabelecer "diretrizes que visam geração de emprego e renda", segundo preconiza a "MP do atraso", que o recriou nessa quarta-feira (28). A concepção moderna sobre o que de fato gera empregos e melhoram os salários reconhece essa como a missão de outro ministério, este sim, indispensável, o da Economia. O Ministério do Trabalho apenas consome recursos públicos e serve para acomodar interesses políticos. Parte do Ministério da Economia desde 2019, a Secretaria do Trabalho fez mais pelos trabalhadores do que o carcomido ministério em décadas. No Brasil há o hábito, que custa caro ao País, de criar repartições (e sobretudo cargos) para fingir "compromisso" com certas áreas. Criado pelo ditador Getúlio Vargas para aliciar sindicalistas e acomodar políticos, a pasta do Trabalho perdeu sentido ao longo dos anos.

Não acredite

Até a primeira-dama deve duvidar da sinceridade das palavras do presidente Jair Bolsonaro, quando afirma que pode não ser candidato. Nada remove sua obstinação de tentar a reeleição em 2022.

Mandou bem

O ministro Alexandre de Moraes prestou inestimável serviço aos bolsos dos brasileiros ao anular a maior condenação trabalhista da história da Petrobras, uma aventura que obrigava a estatal a corrigir os salários de 51 mil funcionários, para além de todos os privilégios que já usufruem.

No próprio olho

Depois que o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a tunga bilionária de ação trabalhista absurda movida por funcionários da Petrobras, foi a vez da pelegada da área reclamar de "decisões monocráticas" do STF.

Garantido

O presidente da Câmara promete fazer votar após o recesso as reformas tributária, administrativa e política, além da privatização dos Correios. É difícil, mas factível. Porque na Câmara o consenso se chama Arthur Lira.

Tem futuro

Genro do general e ministro Luiz Eduardo Ramos, Marcelo Sampaio tem sido notado, no Planalto, como secretário-executivo do Tarcísio Freitas (Infraestrutura). Ministro, aliás, que coleciona elogios do presidente.

Falta educação

Comportamento é fator decisivo em 91% das demissões de empregados na América Latina, segundo pesquisa Michael Page. Empresas tendem a manter um funcionário incompetente, mas não toleram os mal-educados.

Frase

"Vamos analisar também a privatização dos Correios" - Deputado Arthur Lira, presidente da Câmara, citando uma das prioridades pós-recesso

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