Opinião

A votação da PEC do voto impresso gerou uma situação vexatória e, no mínimo, irônica

Isso porque o sistema 100% eletrônico de votação da Câmara teve um problema e nem todos os deputados conseguiram registrar os votos. Confira os destaques de Cláudio Humberto para esta quinta-feira (19)

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 19/08/2021 às 7:35 | Atualizado em 19/08/2021 às 7:37
NAJARA ARAÚJO/AGÊNCIA CÂMARA
Votação - FOTO: NAJARA ARAÚJO/AGÊNCIA CÂMARA

Voto eletrônico da Câmara

A votação da PEC do voto impresso gerou uma situação vexatória e, no mínimo, irônica: o sistema 100% eletrônico de votação da Câmara teve um problema e nem todos os deputados conseguiram registrar os votos. Segundo Fernando Rodolfo (PL-PE), pró-voto impresso, ele e mais 49 deputados tentaram sem sucesso votar "independente se era sim ou não". Mais grave foi que a Mesa Diretora disse estar ciente do problema e que "tentava resolver", mas a votação foi encerrada 8 minutos depois. Rodolfo explicou que a Mesa informou às 21h50 que estava tentando resolver o problema no Infoleg, mas a votação foi encerrada às 21h58. Segundo dados do próprio Infoleg, 499 deputados haviam registrado presença no plenário na hora da votação, mas o quórum foi de 449. Mesmo com o problema no sistema Infoleg, as declarações de voto "por escrito" não foram contabilizadas, pois só valem os votos eletrônicos. O deputado Marcelo Álvaro Antonio (PSL-MG), indignado, disse ter sido impedido de votar e que faria representação para refazer a votação.

Pela lei, quem cala consente

A CPI criou uma pérola da violação de direitos. Quem faz uso do direito constitucional de ficar em silêncio, consagrado no ordenamento jurídico brasileiro, recebe a censura de "silêncio incriminador". Há senadores advogados na CPI, tem até promotor, mas parecem não saber que, em matéria processual penal, quem cala não consente. Está no parágrafo único do artigo 186 do Código de Processo Penal que o silêncio não importa em confissão, nem pode ser interpretado em prejuízo da defesa. Não existe "silêncio incriminador" pretendido pela CPI, disse experiente magistrado de Brasília à coluna, citando a Constituição e o direito penal. Como usou o direito a permanecer em silêncio, o advogado que depôs ontem como testemunha foi "punido" com a condição de "investigado".

Apenas fofoca

"Muito lero". Assim Arthur Lira (PP-AL) reagiu à fofoca de conchavo do clã Calheiros para em 2022 apoiar sua suposta candidatura ao governo de Alagoas. Lira é candidato a deputado e seguir presidindo a Câmara.

Na liderança

A deputada Marília Arraes (PT) aparece liderando todas as pesquisas de intenção de votos para as eleições de 2022, em Pernambuco. Sempre aparece muito à frente para o governo estadual ou para o Senado.

Desfraldada

O senador José Aníbal (PSDB-SP), que assumiu no lugar de José Serra, em licença para tratamento de saúde, já empunhou sua bandeira: a PEC que apresentou em 2016 acabando os supersalários no serviço público.

Idiotia 

Convocado à Câmara para explicar encontro em Roraima, Luiz Eduardo Ramos disse que se reuniu com madeireiras a pedido do senador Telmário Motta (Pros-RR). Depois o assunto foi "ameaças à democracia".

Mentiu, pagou 

Um blogueiro petista foi condenado pelo TJSP a pagar indenização de R$20 mil ao empresário Luciano Hang. O lulista acusou o dono da Havan de sonegar impostos, aplicar golpe no BNDES e fazer terrorismo eleitoral.

Sérgio

Completa 18 anos nesta quinta-feira (19) o covarde ataque terrorista com um carro bomba contra a sede das Nações Unidas, no Iraque, que vitimou o brasileiro Sérgio Vieira de Mello e outras 21 pessoas.

Frase

"No momento que tivermos todos os dados científicos" - Ministro Marcelo Queiroga (Saúde) sobre aplicação da terceira dose de vacina da covid-19.

 

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