A demissão de dois secretários e dois adjuntos do Ministério da Economia, nessa quinta (21), reforçou a expectativa de demissão do próprio Paulo Guedes. As apostas no governo são de que ele pode sair "atirando", como o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, acusando o governo de se render ao populismo. Ele está amuado desde sábado (16), quando o presidente Bolsonaro o chamou e disse em tom grave: "Paulo Guedes, decidi que o valor do benefício será de 500 reais por mês, no mínimo 400. Se você não gostar, paciência. A decisão está tomada". Bolsonaro achava que Guedes se demitiria tão logo fosse comunicado da decisão, mas o ministro não reagiu. Apenas balbuciou um "sim, senhor". Guedes trava queda de braços com ministros da área social. Ele era contra aumentar benefícios sociais. Bolsonaro atuou como juiz da briga. A admiração de Bolsonaro por Guedes foi minada pela incapacidade ou desinteresse da equipe econômica de viabilizar o Auxílio de R$ 400. Apesar de não haver pedido demissão, como se temia, no Planalto poucos apostam que Guedes permaneça muito tempo no governo.
As distribuidoras já devem ter concluído não ser necessário satisfazer a clientela, um dos primados do capitalismo, e sim os amigos da "agência reguladora" Aneel. A julgar pelos aumentos abusivos que conseguiram nas contas de luz, bem acima da inflação, a turma da Aneel deve estar muito feliz com a má qualidade dos seus serviços. Aumentaram as tarifas em Goiás (16,75% em média), São Paulo (12,4%) e Brasília (11,1%). Consumidores residenciais goianos pagarão 16,4% a mais pelos serviços ruinzinhos da Enel. Já os consumidores de alta tensão, mais 14,2%. A Neoenergia conseguiu o impossível: os brasilienses sentem saudades da antiga estatal CEB, após restabelecer os apagões e "pisca-piscas". A Neoenergia prometeu investir R$200 milhões anuais na CEB. Ontem, a Aneel explicou que o aumento ignóbil é para "remunerar investimentos".
O pré-candidato Rodrigo Pacheco teve a mais inútil das ideias: "mediar" reunião entre Petrobras e estados que se beneficiam dos aumentos selvagens de combustíveis. Seria mais ou menos a reunião da navalha com a faca afiada, para discutir formas de avançar no nosso pescoço.
O STF declarou "inconstitucional" o sistema de sucumbência da reforma trabalhista. Teremos a volta da enxurrada de ações que afujentam empregadores. E da indústria de indenizações rimando com extorsões.
Chocado com a decisão do STF que fere de morte a reforma trabalhista, o deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP) desabafou nas redes sociais: "recriaram o pântano de insegurança jurídica da justiça trabalhista".
Relatado por Alice Portugal (PCdoB-BA) na Câmara, projeto exótico de Humberto Costa (PT-PE) limita alunos por salas em escolas públicas, como se fossem abundantes. Mas estudos "são inconclusivos", diz ela.
A Comissão de Relações Exteriores do Senado finalmente aprovou a indicação de cinco embaixadores brasileiros para o Haiti, Peru, Uruguai, Nicarágua e Congo. Algumas estavam paradas desde julho.
Especialista em litígio envolvendo transporte marítimo, o advogado Larry Carvalho disse que o setor vive uma "tempestade perfeita" com pouco tráfego, custo recorde e falta de contêineres, que levaram o Brasil a deixar de exportar US$ 500 milhões nos últimos meses, apenas em café.
Nós decidimos passar todos para, no mínimo, R$ 400" - Jair Bolsonaro ao reafirmar o valor do novo Bolsa Família para 16 milhões de pessoas