A Bolsa de Valores caiu e o dólar disparou após a Câmara apontar a saída para garantir a merreca adicional de R$ 100 ao Auxílio Brasil, um Bolsa Família ampliado, de R$ 400. Enquanto se discutia "de onde tirar" o dinheiro para isso, o governo federal nem sequer ameaçou estancar a sangria bilionária de aluguéis de prédios gigantes, luxuosos... e vazios há quase dois anos. São os casos da Defensoria Pública, Advocacia Geral da União (AGU) ou Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Só um prédio da AGU custa ao pagador de impostos brasileiro R$ 1,5 milhão por mês. Seus espaços vazios denunciam o desperdício. Fonte do governo confirma que há mais de 20 prédios de órgãos federais com ocupação inferior a 20%. Mas os aluguéis milionários continuam. "Só a economia da estrutura sem uso da AGU atualmente pagaria o valor extra do Auxílio para 1 milhão de pessoas", diz um advogado da União. A PGFN faz parte da AGU, mas funcionam em prédios distintos caros e vazios, torrando o dinheiro público que faz falta em programas sociais.
A estratégia do mineiro Rodrigo Pacheco, em sua campanha à sucessão presidencial de 2022, está definida: imitar o falecido presidente Juscelino Kubitschek. A ideia do presidente do Senado, de acordo com pessoas próximas a ele, é "aparelhar" a imagem do saudoso fundador de Brasília. Por enquanto, a afinidade mais relevante é o estado onde nasceram. A escolha do novo partido não é casual: o PSD foi a sigla de JK. Hoje é presidido por Gilberto Kassab, com quem ele acertou filiação há meses. Pacheco iniciou a campanha com uma lorota que o sincero JK evitaria: divulgou haver decidido filiar-se ao PSD agora. Ele decidiu em julho. Esta coluna noticiou em 13 de julho que Pacheco se filiaria em outubro ao PSD. Combinou com Kassab. A festa de filiação será no dia 27. A estratégia de Pacheco o fez permanecer em Brasília, num domingo, 12 de setembro, para não perder o evento do 119º aniversário de JK.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) considera "inaceitável" que autoridades do Amazonas, estado do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), onde tantos morreram enquanto o governador comprava respiradores em loja de vinhos, não figurem no relatório final.
Autor de um dos três votos em separado (até agora) na CPI, o senador Eduardo Girão (Pode-CE) disse que a comissão "fugiu de forma covarde" de investigar os bilhões para o combate à pandemia nos estados.
Indagado sobre o lastro da emissão de moeda para bancar o Auxílio Brasil, o especialista em contas públicas Raul Veloso não hesitou: "é a perenidade do setor público, que não acaba nunca".
Além do relatório principal, a CPI da Covid vai analisar os votos em separado, incluindo os de autoria dos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE). Sem chance de aprovação.
Apesar de Davi Alcolumbre se manter sentado em cima da sabatina de André Mendonça, o governo federal não discrimina seu estado. As obras da BR-156 no Amapá seguem em ritmo acelerado.
A Câmara debate dia 22 a regulamentação do Registro Nacional Positivo de Condutores, criado em lei há um ano para listar bons motoristas. O problema é que, até agora, integrar o cadastro não significa nada.
"O teto de gastos já nasceu morto" - Raul Veloso, economista, ao defender que o Brasil invista fortemente na área social.