Coluna Cláudio Humberto

Na Rússia, Bolsonaro teve reunião 'inenarrável' com Putin

O presidente brasileiro parecia um pouco cansado, após 3h11min de reunião a sós com o russo Vladimir Putin, incluindo o almoço, com a presença só de tradutores. Mas Bolsonaro não disfarçava o contentamento com o diálogo franco que estabeleceu

Cláudio Humberto
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Publicado em 17/02/2022 às 8:59
ALAN SANTOS/PR
APERTO DE MÃOS Ao contrário de Macron e Scholz, que foram colocados à distância de Putin, presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, foi tratado com proximidade - FOTO: ALAN SANTOS/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) parecia um pouco cansado, após 3h11min de reunião a sós com o presidente russo Vladimir Putin, incluindo o almoço, com a presença só de tradutores. Mas Bolsonaro não disfarçava o contentamento com o diálogo franco que estabeleceu. "Inenarrável!", exclamou a ministros, definindo o que vivenciou na reunião com Putin, no Kremlin. O presidente russo estendeu tapete vermelho a Bolsonaro. Para mostrar apreço ao presidente brasileiro, Putin ordenou o formato ampliado nas honras militares, pouco comum em visitas dessa natureza. Ao contrário de visitas recentes, as autoridades russas fecharam as vias nos deslocamentos de Bolsonaro, para além dos usuais batedores. Esse apreço foi demonstrado também no chamado "encontro 2 2", entre os ministros das Relações Exteriores e da Defesa de ambos os países. O chanceler Carlos França definiu o "encontro 2 2" como franco, direto e muito produtivo. "Saímos com plano de ação já contratado", disse ele.

Microfones e bom humor

Além da recepção amistosa, a visita oficial à Rússia teve momentos de muito bom humor. Como nessa
quarta (16), durante almoço oferecido pelo chanceler Sergei Lavrov a ministros brasileiros e locais. Todos
usavam fones de ouvido para tradução simultânea. Ao pedir a palavra, o secretário de Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha, perguntou-se em voz alta: "Será que este microfone está funcionando?" Decano da diplomacia mundial, no cargo desde 2004, Lavrov não perdeu a deixa: "Não se preocupe, almirante. Na Rússia, os microfones estão sempre ligados". A piada arrancou gargalhadas de todos os presentes, em razão do protagonismo russo na espionagem mundial, desde a Guerra Fria. Estavam do almoço os ministros brasileiros Carlos França (Relações Exteriores) e Braga Netto (Defesa), além do almirante Flávio Rocha.

Fina educação

Bolsonaro contou ontem que se dirigiu duas vezes a Alexandre Moraes, em seu gabinete no Planalto, e o
ministro não respondeu. Foi quando Moraes e Fachin foram convidar o presidente à posse da dupla no TSE.

Sucesso

Segundo a plataforma de acompanhamento da campanha de imunização vacinabrasil.org, cerca de 412 milhões de doses de vacinas já foram disponibilizadas pelo Ministério da Saúde aos governos estaduais.

Sem novidades

O PGR Augusto Aras escancarou o amadorismo da cúpula da CPI sobre abertura de inquérito: "Entregaram HD com 10 terabytes de informações desconexas". Até deu prazo ao senador Randolfe para entregar provas.

Desinteresse

O projeto supostamente anti-fake news relatado pelo ex-ministro do governo Lula Orlando Silva (PCdoB-SP) não conseguiu apoio ontem, no plenário da Câmara, para aprovar o requerimento de urgência.

No Airbus

O dono do laboratório União Química, Fernando Marques, que chegou a fechar parceria com os russos
para a produção da vacina Sputnik V no Brasil, fez parte da comitiva de Bolsonaro na visita oficial a
Moscou.

Migalhas

A Meta Inc., novo nome do grupo Facebook, concordou em pagar míseros US 90 milhões para encerrar uma ação na justiça dos EUA que buscava punir o gigante da tecnologia por roubar dados de usuários.

Frase

Fortalecer parceria estratégica e avançar nas relações comerciais" - Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao classificar o encontro com Jair Bolsonaro

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