Lula subirá a rampa do Planalto, dia 1º, protegido pela Polícia Federal, afastando o Exército de sua segurança. Situação curiosa para quem será o Comandante Supremo das Forças Armadas. Treinados para a missão, os militares farão a proteção “periférica” da posse no entorno do Planalto. Ex-chefe da segurança de Lula e virtual chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias, “GDias”, é criticado no Exército por “falta de personalidade” e por não defender a própria Casa.
O impasse revela a dificuldade do futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, de identificar militares que mereçam a confiança do presidente.
A alegação petista é de “não confiar” no GSI, que até o governo FHC se chamava Gabinete Militar. Mas a desconfiança é em relação ao Exército.
O GSI é apenas uma repartição com status de ministério. A questão não é perda de confiança na repartição e sim no Exército Brasileiro.
Nos dois mandatos, teve militar de confiança chefiando do GSI, oficial general que escolhe a dedo cada um dos seguranças presidenciais.
Professora Dorinha (União-TO) nem foi anunciada ministra e sofre para se manter no páreo. O senador Davi Alcolumbre (AP), que trabalha diuturnamente para pegar a vaga, procurou Lula na última semana e foi só lamentações quanto a correligionária. Lembrou da agilidade da PEC Fura-Teto na CCJ, que o próprio preside, e espera tanto prestigio quanto o relator da pec na Câmara, Elmar Nascimento (União-BA), também cotado para assumir uma vaga na Esplanada do futuro governo Lula.
Lula acha que Dorinha leva “diversidade” para o ministério. Alcolumbre reclama que é recém-chegada no Senado e levou a vaga da bancada.
Senadores do União preferem mesmo Professora Dorinha. Dizem que Alcolumbre não ouve os colegas, só pensa nele a não é aliado confiável.
Alcolumbre conversou com o MDB, que disputa com o União o Ministério das Cidades. Não foi para defender Dorinha no comando da pasta.
O presidente Jair Bolsonaro viaja mesmo para os Estados Unidos, onde encontrará o filho Carlos, que seguiu antes. Passará a virada do ano bem longe da posse de Lula e de retaliações. Viaja sem a mulher e a filha.
O governador Ibaneis Rocha informou que a desmobilização do acampamento de manifestantes anti-Lula em frente ao quartel, em Brasília, acontece naturalmente e “deve se intensificar até dia 1º”.
A briga pelo controle dos bancos públicos derrubou as ações do Banco do Brasil. A disputa entre Fernando Haddad e Simone Tebet sinalizou que a turma pode fazer uso político, portanto inescrupuloso, dos bancos.
São quase semanais as denúncias de “bombas” em Brasília, como a de ontem, uma bolsa com roupas velhas, só para esticar feriadões. Nem merecem cobertura da imprensa. Veterano jornalista costumava lembrar que em 40 anos de batente nunca viu uma bomba explodir na capital.
À cúpula de segurança, em Brasília, o futuro ministro da Defesa José Mucio Monteiro disse ser contra uso da força para retirar as barracas da frente dos quarteis. Acredita serem manifestação política e pacífica.
A posse do futuro comandante do Exército já nesta sexta-feira (29), com concordância do presidente Jair Bolsonaro, mostra surpreendente entendimento entre o atual e o futuro governo, na área da Defesa.
Sobre o imbróglio envolvendo a faixa presidencial, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que não foi procurado para fazer a aposição do símbolo do poder em Lula, no dia da posse.
Pesquisa Rasmussen aponta que 20% dos eleitores americanos acreditam que a oposição ao seu partido de coração é “o maior inimigo do país”; à frente até da Coreia do Norte (5%) ou Irã (2%).