SEGURO

Trabalhadores autônomos podem garantir renda mensal durante afastamento do trabalho pela Covid; Entenda

A procura pelo seguro de renda por incapacidade temporária tem crescido entre os profissionais liberais

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 30/05/2021 às 9:00
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
PAGAMENTO Auxílio é garantido em caso de afastamento por acidente, cirurgia ou doença grave - FOTO: MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
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O dentista Carlos Rodriguez passou por maus bocados no ano passado. Em julho de 2020 foi internado com sintomas da Covid-19. Ficou internado durante 22 dias, passou pela intubação, reagiu, teve alta hospitalar, mas ficou 35 dias afastado do trabalho. Contando com o período em que precisou fazer reabilitação, através de fisioterapia, foram dois meses sem ir à clínica odontológica onde atua. “O seguro veio para me auxiliar. Minha esposa acionou a seguradora e, passado o período de carência, que no meu caso foram 12 dias, comecei a receber uma renda mensal como se estivesse trabalhando”. disse ele.

O auxílio ao qual Rodriguez se refere é o Seguro de Renda por Incapacidade Temporária (Serit), que garante renda mensal, em caso de afastamento do trabalho por acidente, cirurgia ou doença grave. Foi uma das modalidades de seguro privado que mais cresceu durante a pandemia. O Serit quase sempre faz parte das coberturas adicionais que podem ser acrescentadas ao seguro de vida, mas também pode ser contratado à parte.

Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o segmento de Vida e Previdência teve um crescimento 10,3% no primeiro trimestre de 2021, em comparação ao mesmo período de 2020. No Nordeste, a demanda foi ainda mais expressiva. “Na nossa região o incremento foi em torno de 15% este ano”, afirma Henrique Jenkis, diretor do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste.

Henrique explica que o seguro de renda por incapacidade temporária é destinado a profissionais liberais como médicos, advogados, arquitetos, enfermeiros, entre outros profissionais que tem sua renda atrelada ao desempenho de uma atividade autônoma, mas nada impede que trabalhadores assalariados também recorram ao seguro. “O trabalhador de carteira assinada geralmente prefere recorrer a Previdência em caso de afastamento do trabalho, mas ele pode complementar com o seguro”, explica Henrique.

CONDIÇÕES

Em relação aos profissionais que podem recorrer ao seguro de renda temporária, existem algumas limitações que variam de acordo com a seguradora. “Cada seguradora tem suas condições gerais mas a abrangência é ampla. Vai de médico a taxista, de caminhoneiro a administrador de empresas. Algumas aceitam determinadas profissões, outras não, por isso é bom recorrer a um corretor de seguros que pode equilibrar a necessidade do cliente com o que o mercado tem a oferecer”, salienta Carlos Valle, presidente do Sindicato das Corretoras de Seguros de Pernambuco.

Entre as regras gerais do Serit, está a necessidade de o segurado estabelecer o valor que deseja receber, por diária ou mensalmente, em caso de afastamento temporário do trabalho. Este valor deve ser equivalente ao que o segurado recebe por sua atividade e tem um limite máximo entre R$ 30 mil e R$ 40 mil mensais, dependendo da seguradora. “O segurado precisa comprovar seus rendimentos, geralmente através da declaração do Imposto de Renda”, informa Mônica Muniz, gerente de negócios na Sicredi Recife.

Mônica explica ainda ouros detalhes como o limite de idade para o segurado e o tempo máximo de pagamento do benefício. “Se o associado, com idade até 70 anos, tiver que se ausentar das suas funções por motivo de doença, incluindo Covid, além de acidente ou cirurgia, o seguro será acionado de acordo com o tempo de carência. O seguro garante a renda durante o afastamento temporário por até 365 dias, com o associado recebendo uma diária compatível com o que foi contratado”, explica a gestora.

CONTEXTO

Para Henrique Jenkis, apesar do crescimento registrado na pandemia, a cultura do seguro de vida no Brasil ainda é pequena. Ele revela que a participação do segmento no PIB é de 2%. O mercado de seguros em geral representa 6% no País, enquanto na Europa e nos Estados Unidos representa entre 8% e 10%. “A pandemia está mudando essa cultura. As pessoas estão procurando mais proteção. A tendência, é que elas percebam cada vez mais a colaboração que o seguro pode dar para ajudar a refazer a vida em um momento de necessidade”, diz Henrique Jenkis, do Sindseg N/NE.

 

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O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Pernambuco, Carlos Valle, reforça que seguradoras atuam dentro de um mercado com regras próprias e muito fiscalizado - FOTO:DIVULGAÇÃO

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