TECNOLOGIA

Gasolina mais barata: tecnologia ajuda pequenos postos e melhora preço para o motorista; entenda

Startup faz cotação de preços entre distribuidoras, concede crédito e até providencia transporte do combustível até o posto de gasolina

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Edilson Vieira

Publicado em 16/09/2021 às 18:51 | Atualizado em 16/09/2021 às 19:14
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A formatação de preços dos combustíveis ganhou bastante destaque nos últimos meses. A variação de preços, sempre para cima e constante, fez com que a política de preços da Petrobras ficasse bastante exposta e sofresse críticas pela dolarização que afeta o preço final. Mas como a companhia estatal faz questão de apontar,  incidem na composição do preço final dos combustíveis tributos como ICMS, Cide, PIS/PASEP, Cofins, e, no caso da gasolina, a inclusão de 27,5% de etanol anidro. Some ainda  os custos e margem de lucro da distribuição, até chegar aos custos e margem das revenda nos postos.

Nesse mercado, os postos menores, geralmente de "bandeira branca", ou seja, sem ligação com grandes marcas de empresas petrolíferas, acabam perdendo competitividade por terem fluxo de caixa menor e comprar um volume de combustível sempre inferior se comparado as grandes redes de postos. É neste ponto que uma empresa de tecnologia pode ajudar ao pequeno empresário do setor a otimizar seus negócios, com informação, preço e logística. Foi pensando em atender ao pequeno empresário do setor que, em 2018, surgiu a Pronto Combustíveis, no início, apenas uma plataforma de comparação de preços entre distribuidoras que pudesse atender aos postos de gasolina de menor porte.

EVOLUÇÃO

Hoje a Pronto Combustíveis é um market place que oferece várias soluções. Além de indicar os melhores valores de venda no atacado para gasolina, etanol e diesel, a plataforma, que também funciona como aplicativo em smartphones, pode oferecer linhas de crédito e até frete para transporte da mercadoria. A recente flexibilização do mercado de combustíveis, com o governo autorizando a possibilidade da compra direta do etanol pelos postos às usinas, sem a necessidade de passar por uma distribuidora, e com o fim da obrigação de postos bandeirados comprarem de um único distribuidor, fez a empresa de tecnologia com sede em São Paulo vislumbrar novos mercados.

Paulo Henrique Oliveira, um dos fundadores, explica que a startup utiliza algoritmos e bastante tecnologia para otimizar a distribuição de combustíveis. "Hoje conectamos postos bandeira branca aos distribuidores, importadores, produtores e as próprias refinarias. Com o tempo, vimos que o mercado é mais complexo do que apenas encontrar o melhor preço de compra, então passamos a oferecer soluções de crédito, porque essa compra precisa ser financiada; e fazer a entrega, ou seja, providenciar o frete, caso o posto não tenha caminhões a sua disposição", diz o empreendedor.

TECNOLOGIA

O modelo de negócio da Pronto Combustíveis envolve parcerias com fintechs (empresas de tecnologia que atuam no mercado financeiro) e empresas de logística, podendo inclusive ratear um mesmo frete entre mais de um posto comprador. A Pronto hoje atua basicamente no estado de São Paulo e parte de Minas Gerais, mas tem planos para em 2022 expandir para outras regiões, incluindo o Nordeste. 

O preço de venda do combustível que aparece no aplicativo é baseado em um algoritmo de precificação "É esse algoritmo que define o preço justo que um posto deve pagar na região onde ele está, de acordo com a compra que vai fazer, levando em contas variáveis, como se vai pagar à prazo, se precisa de frete, se será uma carga fracionada, tudo é considerado até dar um preço final de venda de combustível ao posto", diz Pedro Oliveira. Outra vantagem de uma empresa de tecnologia neste segmento é poder fornecer informações de mercado a seus clientes. "Por ser um player isento, a startup comunica aos postos qual e a tendência de preços no mercado. Se vai subir, descer ou permanecer estável de acordo com o mercado internacional, para que ele possa programar suas vendas e até repassar para o consumidor possíveis reduções no preço do combustível", explicou.

Para Pedro Henrique a tecnologia pode ainda auxiliar as usinas produtoras de etanol neste momento de flexibilização do mercado. "Os produtores de etanol estão acostumados a trabalhar com poucos clientes, que são as distribuidoras de combustíveis. Agora elas precisam se preparar para atender 100, 200, 300 postos por dia, que é o que acontece em São Paulo. Algumas distribuidoras dão crédito, mas usinas não, e nem entregam o produto. Como a gente oferece financiamento e também faz a logística, esse momento do mercado foi ideal para a startup", comemorou.

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