COMBUSTÍVEIS

Gasolina fecha o ano com alta de 46,7% em comparação a 2020. Etanol ficou 56,5% mais caro e diesel subiu 46%

Levantamento do Índice de Preços Ticket Log mostra o impacto dos reajustes dos preços dos combustíveis no bolso dos brasileiros em 2021. Até quem não tem carro sofre com a elevação dos preços

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Edilson Vieira

Publicado em 31/12/2021 às 10:41 | Atualizado em 31/12/2021 às 10:44
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Apesar da tendência de estabilidade e até de redução no preço da gasolina em 1,76% nas últimas quatro semanas, segundo a Agência  Nacional do Petróleo (ANP), o ano termina com os combustíveis sendo um dos principais vilões da inflação em 2021,que chegou a 10,41% segundo o IPCA-15, prévia da inflação oficial do Brasil. É a maior inflação para o país desde 2015.

Mesmo quem não tem carro sofre com os sucessivos aumentos da gasolina, etanol e sobretudo o diesel, que movimenta a maior parte do transporte coletivo e de cargas no Brasil. O mais recente levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), mostra que o mês de dezembro fechou com a gasolina custando em média R$ 6,890 nos postos de abastecimento, alta de 46,7% em relação a dezembro do ano passado, quando custava R$ 4,696. No comparativo com o mês de novembro, o combustível ficou 0,52% mais barato em dezembro, passando de R$ 6,926 para R$ 6,890, mantendo quedas identificadas na primeira quinzena deste mês, segundo a Ticket Log.

ÁLCOOL HIDRATADO

Já o etanol, com valor médio atual de R$ 5,779, segundo o levantamento, registrou acréscimo de 56,5% em relação a dezembro do ano anterior. Da mesma forma que a gasolina, o combustível  derivado da cana vem apresentando queda desde a primeira quinzena de dezembro e o valor, que fechou novembro a R$ 5,853, baixou para R$ 5,779, uma economia de 1,26%. “Assim como no início de dezembro, o Índice de Preços Ticket Log identificou novamente uma tendência de estabilidade no ritmo de alta dos preços dos combustíveis. Porém, as médias continuam elevadas e o valor da gasolina e do etanol ainda pesa no bolso dos motoristas brasileiros” destaca Douglas Pina, chefe de mercado urbano da Edenred Brasil.

Apesar de ter a maior variação de baixa no valor, de 1,54%, em relação a novembro, o Centro-Oeste permanece no ranking entre as regiões com a gasolina mais cara do país, cobrada a R$ 6,951. Em contrapartida, o Centro-Oeste comercializou o etanol mais barato, a R$ 5,346, e com a maior redução de preço, de 6,80%. Já o Sul se destacou com a gasolina mais barata, comercializada a R$ 6,723, e o etanol mais caro (R$6,188).

ESTADOS

No recorte por estados, o Rio de Janeiro continuou vendendo a gasolina mais cara do País, a R$ 7,282, e o Amapá a mais barata, a R$ 6,388. A gasolina que sofreu maior aumento foi a de Roraima, que passou de R$6,846 para R$6,931, um acréscimo de (1,24%). Já a que apresentou maior redução (3,50%) foi a gasolina do do Rio Grande do Norte, que passou de R$7,149 para R$6,899.

Ainda na análise por estado, Roraima também se destaca com o maior aumento no valor do etanol, de 3,49%, passando de R$6,184 para R$6,400. O Rio Grande do Sul teve a maior média do país, com R$ 6,983. Já o Estado do Mato Grosso, registrou a maior redução no valor do etanol (4,50%), e passou de R$5,461 para R$5,215. São Paulo também teve grande representatividade na baixa de valor desse combustível, sendo o Estado a cobrar o menor valor médio (R$ 5,078) e a apresentar uma das maiores baixas, de 4,22%.

“Vale ressaltar que a gasolina continua sendo a opção mais vantajosa para os motoristas abastecerem, de acordo com o mesmo levantamento da Ticket Log. Exceto para o Estado de Goiás que tem o etanol como o mais favorável e para Santa Catarina, Amapá e Distrito Federal, onde não foi possível analisar”, explica Douglas Pina.

CARESTIA

A Ticket Log identificou que nos dias 24, 25 e 26 de dezembro deste ano, feriado do Natal, os brasileiros pagaram 45,53% mais caro pela gasolina, se comparado ao mesmo período do ano passado. O combustível, que no Natal de 2020 custava em média R$ 4,710, neste ano passou para R$ 6,837.

Já o etanol, também apresentou acréscimo expressivo em relação ao Natal anterior, de 53,68%, passando de R$ 3,696 para R$ 5,680. A variação ao longo dos três dias de feriado foi mais significativa do que a gasolina. No dia 24 o valor estava R$ 5,654 e no dia 26 em R$ 5,695.

DIESEL

Segundo o levantamento, o ano termina com o preço médio do diesel em estabilidade nos postos brasileiros (R$ 5,612), baixa de 0,08% em relação a novembro. Porém, considerando o valor cobrado em dezembro do ano passado, em que a média chegava a R$ 3,841, houve um acréscimo de 46,1% no preço. O diesel S-10 também fechou com o valor estável, a R$ 5,676, baixa de 0,08% em relação a novembro, 46,6% mais caro se comparado a dezembro do ano passado.

Todas as regiões brasileiras registraram alguma queda ou estabilidade no valor do diesel comum ou do S-10, com exceção do Norte do País, que apresentou a maior média para o diesel comum (R$ 5,836) e para o diesel S-10 (R$ 5,892), com acréscimos de 0,03% e de 0,05% respectivamente. O Sul do país teve resultado inverso, sendo a região com a menor média no valor do diesel comum (R$ 5,197) e do diesel S-10 (R$ 5,247) e declínios de 0,29% e 0,23% nos valores, respectivamente.

Na análise por estado, o Acre comercializou o diesel comum pela maior média nacional, a R$ 6,337, e para o diesel S-10 (R$ 6,279). Já as menores médias foram encontradas no Paraná: R$ 5,108 para o diesel comum e R$ 5,162 para o S-10.

O diesel comum que registrou o maior aumento (2,04%) foi o de Roraima, passando de R$5,945 para R$6,066, enquanto o de maior redução no valor comercializado foi o do Amapá, que passou de R$5,856 para R$5,730, queda de 2,15%. O diesel S10 com maior aumento no preço médio (0,99%) foi o de Roraima, que passou de R$5,964 para R$6,023. Já o S-10 com a redução mais expressiva, de 1,44%, foi encontrado em Goiás, e o valor que antes era R$5,692 passou para R$5,610.

“Apesar do indicativo de estabilidade no preço do diesel, de acordo com o levantamento da Ticket Log, e respiro em relação às altas consecutivas que vimos nos últimos meses, as médias de valor do combustível estão altas e o brasileiro ainda sente no bolso, principalmente se comparado aos valores de um ano atrás”, destaca Douglas Pina.


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