TRIBUTOS

IMPOSTO DE RENDA 2022 Muitos brasileiros poderiam estar isentos mas continuam pagando Imposto de Renda. Entenda

Segundo especialista em contabilidade, faixa de isenção do Imposto de Renda está desatualizada em 132,51%

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 28/03/2022 às 16:25
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
DECLARAÇÕES Prazo para declarar o IRPF 2022 termina em 31 de maio. São esperados 34 milhões de envios - FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
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Milhares de trabalhadores poderiam estar desobrigados de pagar o Imposto de Renda Pessoa Física este ano. Mas não houve, por mais um ano, a atualização nos limites de isenção, com a revisão da Tabela Progressiva de Imposto de Renda Pessoa Física.

“Esse fato faz com que cada vez menos brasileiros estejam isentos de realizar essa declaração e consequentemente recolher esse tributo. Além disso, os valores a serem restituídos também se mostram cada vez menores”, explica o diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos.

Segundo análise do diretor executivo da Confirp,  quem mais é impactado é a parcela da população que ganha menos e que antes não era obrigada a declarar o Imposto de Renda Pessoa Física, mas agora passa a ser. Segundo ele, de janeiro de 1996 a novembro de 2022, a tabela progressiva do Imposto de Renda foi corrigida 111,25% (R$ 900,00 valor em janeiro de 1996 a R$ 1.903,98 valor vigente atualmente).

DEFASAGEM

Segundo dados da Confirp, no mesmo período a inflação medida pelo IPCA foi de 391,88% impactando em uma defasagem de 132,51%, ou seja, se a tabela tivesse sido corrigida pelos índices oficiais da inflação o limite atual de isenção de R$ 1.903,99 deveria ser de R$ 4.426,92 (mais que o dobro). Estariam obrigados a entregar a declaração de Imposto de Renda apenas as pessoas físicas que tivessem rendimentos anuais tributados acima de R$ 66.403,79, atualmente é R$ 28.559,70.

Richard Domingues explica que outro ponto relevante é que essa falta de atualização também prejudica quem tem direito a restituição. A dedução das despesas com educação que atualmente é de R$ 3.561,50, se fosse atualizado de acordo com a inflação, seria de R$ 8.361,96. Já a despesa com dependentes, que atualmente é de R$ 2.275,08, se fosse corrigida conforme a inflação seria de R$ 5.312,30.

"Assim, a inoperância do governo em relação à atualização dos valores vem cobrando um alto preço da população, isso ocorre por fatores desconhecidos, mas o fato é de que com isso o governo consegue aumentar os valores a serem cobrados da população", diz Domingues.

 

 

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