Educação

Donos de escolas aumentam pressão por volta às aulas presenciais em Pernambuco

Categoria decidiu marcar um ato para a manhã desta quinta-feira (3) pela reabertura das instituições de educação básica

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Publicado em 01/09/2020 às 17:41 | Atualizado em 01/09/2020 às 22:40
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De acordo com o diretor executivo do Sinepe, a sugestão é de que, com o retorno, as atividades fiquem 50% presenciais, e 50% remotas - FOTO: YACY RIBEIRO/ JC IMAGEM

Atualizada às 22h34

Em meio a protestos e reivindicações de diversas categorias no Estado, solicitando a volta das atividades que foram paralisadas devido à pandemia do novo coronavírus, donos de escolas particulares de Pernambuco querem que o governador Paulo Câmara justifique os motivos de as aulas presenciais ainda não terem sido retomadas no Estado. Em reunião na tarde desta terça-feira (1º), a categoria formulou um ofício, que será enviado nesta quarta-feira (2), pedindo uma reunião com o gestor estadual, e decidiu marcar um ato para a manhã desta quinta-feira (3), na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, pela reabertura das instituições de educação básica.

A organização do ato "em defesa da educação e do direito das escolas em reabrirem, dentro de protocolo, seu espaço de atuação", como descreve o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE), veio após o governo do Estado autorizar a retomada das aulas presenciais para o ensino superior, nessa segunda-feira (31), mas prorrogar mais uma vez o decreto nº 48.810, que suspende as atividades para alunos da educação básica. "Foi uma decisão da categoria diante do pronunciamento do governo. É muito mais um encontro de educadores que buscam valorizar a educação, o papel da escola. Fala-se tanto em prioridade para a educação, mas não é o que percebemos", relatou o presidente do sindicato, José Ricardo Diniz.

O diretor executivo de Sinepe-PE, Arnaldo Mendonça, explicou que os representantes da categoria querem ser recebidos pelo governador na quinta-feira (3). "Ele (Paulo Câmara) tem que dar uma justificativa do por quê a escola particular está proibida, e não simplesmente renovar o decreto. Não adianta fazer de conta que não existem 400 mil alunos nas escolas particulares", comentou.

Segundo ele, o Sinepe havia enviado a proposta no dia 3 de julho para o governo, e até o dia 3 de agosto não havia sido respondido. No último dia 21, houve uma reunião com Paulo Câmara. "Ele garantiu para a gente que até a sexta-feira passada iria dar um cronograma de abertura. Ontem soltou para o ensino superior e ignorou a educação básica. Agora não queremos mais conversar, estamos exigindo uma resposta e ela vai ter que ser dada para a sociedade", acrescentou Arnaldo.

A proposta do Sindicato seria de que as aulas fossem retomadas de forma gradual, como aconteceu em outros setores, como o de cursos livres. Inicialmente, o retorno seria para os alunos do ensino médio e do infantil. Em seguida, viriam os estudantes do ensino fundamental I. Na semana seguinte, seria a vez do ensino fundamental II. De acordo com o diretor executivo do Sinepe, a sugestão é de que, com o retorno, as atividades fiquem 50% presenciais, e 50% remotas.

"Os alunos iriam para a escola em dias alternados. E o retorno será para quem quiser. O pai tem o direito de não levar o filho para a escola, mas ele não tem de impedir que o outro vá", completa. Está marcada para esta quarta-feira, às 14h, outra reunião com as escolas associadas ao Sinepe, para ajustar os detalhes das ações do Sindicato. "Os números da pandemia estão em baixa, Recife é um exemplo para o Brasil todo. Só falta abrir o quê? Cinema, teatro e escola. Esse vírus não mora nas salas de aula da escola particular", afirmou Arnaldo.

Questionada sobre o ofício, a secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco declarou que ainda não recebeu o documento, mas reforçou que está em comunicação constante com o Sinepe-PE. A secretaria destacou que o plano de retomada começou a ser construído em maio, em conjunto com a categoria. O órgão reforçou que ainda não há uma data para a retomada da educação básica, mas que, até então, o plano contempla um retorno no mesmo momento para escolas públicas e particulares. A secretaria aguarda o recebimento do ofício para avaliar o que está sendo solicitado e decidir o encaminhamento que será tomado.

Ensino superior em Pernambuco é autorizado

A partir do dia 8 de setembro, instituições de ensino superior de Pernambuco poderão retomar as atividades presenciais. A medida é válida para as faculdades e universidade localizadas nas macrorregiões I e II, além da Geres 8, na cidade de Petrolina, no Sertão do Estado. A Macrorregião compreende a Região Metropolitana do Recife (RMR) e Zona da Mata. Já a II engloba os municípios de Caruaru, Garanhuns e seus entornos, no Agreste.

O anúncio foi feito pelo secretário de Educação e Esportes do Estado, Fred Amâncio, durante coletiva de imprensa online na tarde dessa segunda-feira (31). Segundo o secretário, esse retorno será feito de forma gradual e dividido em 4 etapas. Confira as fases:

- 8 de setembro: 25% da capacidade de alunos
- 14 de setembro: 50% da capacidade de alunos
- 21 de setembro: 75% da capacidade de alunos
- 28 de setembro: 100% da capacidade de alunos

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