Um acordo entre o Porto Digital e o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) promete trazer mais oportunidade de formação nas áreas de tecnologia para o Estado. Representantes das entidades assinaram, na manhã desta sexta-feira (30), um acordo de cooperação técnica para oferta de cursos cobranding de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Computação Gráfica no Recife, em Olinda e Jaboatão dos Guararapes, e para incubação de empresas juniores e startups.
A colaboração visa formar capital humano para suprir a demanda por profissionais no parque tecnológico do Porto Digital. Segundo o presidente do Conselho de Administração da organização, Silvio Meira, havia mais de 3 mil vagas abertas não preenchidas no parque até o início do ano.
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“No Brasil, o número é quase cem vezes maior que isso. Existem 290 mil vagas de tecnologia em tecnologia de informação e comunicação abertas”, disse. “Essa aventura é muito mais que educação, é criação de trabalho, de emprego, de renda, é ação direta de um órgão da federação, que é o IFPE, junto com uma grande operação da sociedade, o Porto Digital”, comentou.
As aulas vão funcionar inicialmente por ensino remoto, e passarão a ser presenciais conforme Pernambuco avançar no protocolo de Convivência com a Covid-19. A parceria vai garantir aos alunos uma residência em empresas embarcadas no Porto Digital. Para o reitor do IFPE, José Carlos de Sá, a experiência prática garantida vai ajudar a reter os estudantes nos cursos.
“Alguns estudantes ficam no meio do caminho, dentro de um mercado amplo e carente. Esse processo de evasão é um grande dilema nosso”, afirmou. “Trazer esse contato com as empresa, com aquilo que ele vai realmente atuar quando começar a vida profissional, é um fator decisivo na manutenção dos estudantes no curso. É um estímulo a superar os desafios que são muitos - a necessidade de ter renda, superação da próprias limitações. Temos um grupo de estudante extremamente carente no IFPE, e esse estudante precisa ser fortalecido nesses estímulos”, completou.
O presidente do Porto Digital, Pierre Lucena, frisou a importância de proporcionar oportunidades para pessoas das classes C, D e E no mercado da tecnologia. “Recife é uma cidade majoritariamente pobre. A gente precisa arranjar uma forma de incluir essa população dentro do jogo, para não continuar fazendo com que os cursos de tecnologia sejam formados por alunos de classe média, que é quem tem grana pra bancá-los”, falou.
O gestor antecipou que apresentou aos candidatos às eleições pela Prefeitura do Recife um projeto para gerar 500 bolsas de estudo por ano na área. “Isso vai nos colocar em um outro patamar de formação. Vamos passar a formar a mesma quantidade de gente que São Paulo em número absoluto. Isso vai tornar Recife em um capital competitivo ainda maior que hoje”, afirmou.
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